Timothy Herrmann
Melinda Gates, co-directora da Fundação Bill & Melinda Gates e uma católica, diz aos governos que ignorem a ligação polémica entre contracepção e controle populacional e explicitamente rejeitem o ensino social católico. A retórica dela é parte da nova campanha «Sem Polémica» da sua fundação milionária para reforçar o acesso universal ao controlo da natalidade como prioridade no mundo em desenvolvimento.
Numa conferência TedxChange em Berlim, Melinda argumentou que a contracepção tem sido erroneamente associada ao controle populacional, aborto, esterilização forçada e pecado mortal e insistiu em que eles são «problemas secundários» que «se vincularam à ideia central de que os homens e as mulheres têm de ter condições de decidir quando ter um filho».
Contudo, até mesmo a própria Melinda confessou que durante anos o controle populacional e a contracepção se tornaram sinónimos no mundo em desenvolvimento, com países como a Índia «adoptando incentivos infelizes e métodos coercivos como parte de suas campanhas de planeamento familiar» na década de 1960 e mulheres indígenas do Perú, «anestesiadas e esterilizadas sem seu conhecimento» em data tão recente quanto a década de 1990.
Embora essas práticas coercivas tenham perdido a popularidade, pode ser muito mais difícil para organizações como a Fundação Gates separarem a sua própria promoção da contracepção inteiramente do controle populacional.
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