quinta-feira, 7 de março de 2013

Depois dos que nos governam,
os que querem lá chegar
ou A face esquerda da classe política


Com a Internet tudo se descobre!!!

A reportagem na SIC sobre o movimento de cidadãos «Que se Lixe a Troika» aguçou a curiosidade em saber mais um pouco quem são estes cidadãos tão empenhados em contestar quem nos empresta dinheiro para pagar as contas.

Tatiana Moutinho: tem 40 anos, é mãe, é solteira e investigadora de biologia celular e molecular. Mas há um pormenor que escapa e podia perfeitamente, se quisesse, pedir ajuda à Google (acho até que deveriam ser os jornais a pagar à Google por os ajudar a fazer melhor o seu trabalho). A Tatiana, como cidadã livre que é, foi candidata independente às eleições legislativas de 2009 pelo circulo eleitoral do Porto pelo Bloco de Esquerda.

(http://antigo.porto.bloco.org/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=551).

Tudo bem, terá escapado ao jornalista, ou então, dado que o movimento de cidadãos «Que se Lixe a Troika» é um movimento apartidário, pode ser que tenha também pessoas relacionadas com vários partidos e isso não seja relevante.

De seguida, temos a Amarilis Felizes, estudante de teatro que, como infelizmente muitos de nós, «não sabe» desde quando tem medo do desemprego. Mas aí o Público ajuda-nos a saber que não deve ser há tanto tempo assim, porque, para nossa inveja, Amarilis tem 22 anos e pelo menos esteve a fazer workshops de teatro para o Bloco de Esquerda e eu não acredito que o Bloco de Esquerda pactuasse com situações de precariedade. Gosto desta Amarilis, tem um ar simpático, um nome que não se esquece, e com 22 anos e esta iniciativa toda, tem tudo para a vida lhe correr muito bem.



O próximo cidadão é o Adriano Campos, do qual nos dizem muito pouco, excepto que é da «Organização». Mas pela conversa deve ser o ideólogo do grupo. Um artigo da Lusa, também de hoje, publicado na SIC Noticias, informa-nos que o Adriano é Bolseiro de Investigação e que pertencia aos movimentos «Geração à Rasca» e «Precários Inflexíveis». E, mais uma vez, o Google permite-nos saber através do blogue do Bloco de Esquerda que ele é «Sociólogo e Activista Precário» e que discorda com Daniel Oliveira sobre o método como o Bloco de Esquerda deve chegar ao poder e que tem opiniões muito vincadas sobre pequenos grupos dissidentes que ameaçam a unidade do Bloco de Esquerda.

Também acho que tem potencial, escreve algumas coisas com bastante inteligência, quando crescer pode vir a ser um novo Francisco Louçã.





Por fim, temos a Paula Sequeiros, que nos dizem ser também bolseira de investigação (Ui, três em quatro são investigadores? Que coincidência!) e que o Google nos ajuda a perceber que também foi candidata à Lista Coordenadora da Concelhia do Porto de um partido político que, é escusado dizer qual é.

Aparentemente, ao jornalista de serviço, escaparam-lhe alguns detalhes que nos ajudavam a perceber melhor a história que ele estava a contar. Fica um conselho: Google.

Quanto ao movimento «Que se Lixe a Troika», é totalmente legítimo o Bloco de Esquerda lançar uma marca diferente para captar mais pessoas para as suas acções.



Pinhel, os indignados e eu

V. Figueira

Diz-se que Maria Antonieta, perante o povo de Paris que reclamava não ter pão, lhes recomendou que comessem brioches. A história não é bem assim, mas é ilustrativa de como a falta de consciência social pode levar à revolta do povo e à decapitação de alguns.

Sinceramente esta história ocorre-me a propósito da indignação do ex-presidente do BCP Filipe Pinhal e do movimento que lidera, os reformados indignados. Pinhal terá motivos para se indignar? Sem dúvida! Parece que a sua reforma de 70 mil euros ficou em 14 mil euros, sendo o resto «comido» pelo Estado. Pode o dr. Pinhal fazer da sua indignação uma bandeira e um movimento? Não! Porque essa é a demonstração da maior insensibilidade social. É ridiculamente absurdo.

Posso falar por mim. Ganho hoje menos do que há 20 anos, não estou reformado e trabalho talvez mais. Porque os impostos me atacaram, porque abdiquei de parte do meu salário, e porque a vida me trouxe até aqui. Isso cria-me problemas? Naturalmente. Cada um tem a sua vida mais ou menos organizada para o que ganha e é expectável ganhar. Posso indignar-me? É ridículo! Ganho mais que a larga maioria das pessoas, sou um privilegiado. E no fim disto, tomara eu ganhar metade dos 14 mil euros de que o dr Pinhal se queixa agora.

Estou muito longe de defender que o trabalho tem todo o mesmo valor ou de que todos deviam receber o mesmo. Mas estou também muito longe de achar que, em momentos de enorme crise, o esforço não deve ser – mais do que proporcional – exigido sobretudo aos que mais podem. E como última nota biográfica, direi que sou daqueles que nunca foi em cantigas de facilidade, pelo que não tenho uma única dívida a um banco.

Se politicamente posso responsabilizar muita gente pelo que me aconteceu, a mim e a tantos outros, sentir-me-ia mal por actuar apenas e no momento em que as consequências de décadas me chegam ao bolso! E é isso que este senhor e outros fazem. Foram patrões, líderes, altos quadros para ganhar dinheiro e viver à grande. São ratos quando chega a tempestade, não só não resistem como pensam nada ter a ver com o nosso passado colectivo.

O dr. Pinhal (e todos os magistrados, generais e quadros superiores que o acompanham numa acção indignada pela defesa de direitos adquiridos) é igual a um maquinista da CP, mas em versão rica! Daqueles que pensa que a política não é uma arte de compromisso entre a sociedade, mas uma dádiva da sociedade ao que cada um pensa ser o seu valor. Ou seja, que a política tem de estar ao serviço da prevalência do eu. Que o indivíduo, perante uma catástrofe, não pode perder direitos, nem regalias. Que mesmo olhando à volta e vendo legiões de desempregados, de famílias a perder as casas, de miseráveis sem comida, é incapaz de abdicar do muito que tem. É outro Jardim Gonçalves! E dizem-se católicos!

Quando estes senhores viviam à sombra do Estado e das offshores, indignei-me eu muitas vezes. Mas nunca lhes cobicei, nem cobiço a riqueza. Prefiro as noites tranquilas e a liberdade de lhes dizer na cara que são dos piores exemplos que uma sociedade que quer ser justa pode ter. Tenham vergonha (ou se preferirem uma expressão mais elegante, porque em inglês, shame on you)!



quarta-feira, 6 de março de 2013

Interessante sequência de notícias

(da net)

Caros Amigos,

Ontem ouvi que a filha do Presidente de Angola era a primeira mulher milionária africana (mil milhões de dólares)...

Hoje ouvi a UNICEF dizer que precisa de... 4 milhões de dólares para ajudar as crianças angolanas sub-nutridas.

Achei interessante esta sequência de notícias.