sexta-feira, 19 de dezembro de 2014


A maior empresa do mundo


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um «não». É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta… Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo.

                                                                                              

                                                                         Fernando Pessoa


SEXTILHAS INSPIRADAS NA PROSA DE PESSOA...  

NESTE NATAL 2014

        Viver, segundo Pessoa,
        era, sob qualquer prisma,
        «maior empresa do mundo»,
        podendo ser coisa boa
        ou, não detendo carisma,
        causar um trauma profundo...

        Há que – apesar de tudo –
        aprender e aceitar
        provas amargas, qual  lima...
        Face a calúnias, ser mudo.
        Más-línguas? É só esperar...
        Verdade? Vem sempre acima!

        Mesmo em momentos de escolhos,
        mantenho o brilho nos olhos,
        materiais coleccionando...
        Para, gratuitamente, erguer
        um castelo a condizer
        com o que me vão atirando...

        E é por isso que agradeço
        cada pedra no caminho...
        (excelentes contribuições)!
        Meu castelo, aqui confesso,
        tem estrutura de carinho,
        desvelo, amor e ilusões...

        Cada arremesso, um presente,
        e à lareira, nesta quadra,
        tudo dispus. Passo a passo...
        E fique o leitor ciente:
        não fui à «Feira da Ladra»
        comprar versos... Eu os faço!

        «Bem-haja!» – reitero, a rodos,
        pelos contributos raros
        para a minha construção...
        Feliz Natal para todos
        que sois à minha alma caros,
        os que supris decepção!


Teresa Machado (com votos, também, de um 2015
repleto de Amor Divino).

Dezembro / Natal / 2014