sábado, 21 de junho de 2014


Educação dos filhos

Procura-se especialista


Inês Teotónio Pereira

O caso é sério porque revela que os pais se consideram incompetentes para responder a estas questões e não confiam em quem os educou – nos avós

Existem duas entidades em quem os pais já não confiam: neles próprios e nos avós. Ao fim de séculos a confiar nestas duas instituições milenares chegou a altura de atirar a toalha ao chão e de procurar novas experiências que ajudem a educar e a criar os filhos. Nada do que valia, agora vale, é esta a infeliz certeza das novas gerações de pais. Está tudo em aberto no que diz respeito à educação ou à criação dos filhos e tudo pode ser dito e escrito porque haverá sempre interessados, likes, polémica e comentários. Está tudo em aberto: do mais importante ao mais ridículo.

Os pais acham que não sabem coisa alguma sobre a arte de educar e criar filhos. Confiam mais em qualquer livro, em qualquer especialista – seja ele pediatra, sociólogo, neuropsicólogo, ou apenas estudioso – ou em blogues, que ditam sentenças e teorias, do que neles próprios. A intuição foi de férias para parte incerta e os avós, bom, os avós são mais velhos e não estão inteirados dos tempos modernos: os tempos são outros, por isso as crianças também devem ser diferentes. Sim, é um mistério que apesar da falta de doutrina publicada e da escassez de especialistas encartados durante todos estes milénios, a humanidade tenha conseguido sobreviver.

E quais são os temas centrais que preocupam os pais e que servem de substrato para a sobrevivência de tantos especialistas? Tudo e mais um par de botas. Há umas semanas estoirou uma polémica dentro da temática pais e filhos que, tendo em conta o entusiasmo que suscitou, põe em causa a importância de assuntos como os massacres no Iraque ou o próprio joelho de Ronaldo. Um pediatra espanhol, um verdadeiro especialista em vender livros na Ibéria, deu uma entrevista ao Observador onde declara peremptoriamente que as crianças não devem ser castigadas, devem dormir na cama dos pais até à idade que entenderem, que os legumes não fazem falta nenhuma à dieta ibérica dos nossos infantes e, pasme com a grande novidade, os pais devem amar os filhos. O mundo paternal estremeceu e o debate centrado nos legumes, na cama dos pais e nos castigos tomou conta da temática pais e filhos. Ficámos, então, todos a saber que há um mundo de filosofia por detrás destes temas.

Esta semana o Observador descobriu mais um especialista espanhol, que também é campeão literário de vendas, que revela o segredo na arte de adormecer uma criança: «A ideia é deixar as crianças na sua própria cama, com a luz do quarto apagada e a porta aberta. É provável que chorem, pelo que os pais devem visitar os filhos, em intervalos de tempo progressivamente maiores, no sentido de os acalmar. A calma e a serenidade são factores importantes.» O mesmo método deve ser aplicado na arte de enfiar legumes pela boca abaixo dos nossos filhos: calma e serenidade; assim como no que toca à disciplina: constância em vez de rigidez. O mundo dos pais dividiu-se entre os dois espanhóis. Está uma verdadeira revolução em curso.

O caso é sério. O facto de haver mercado para estes especialistas é um caso sério porque é a constatação de que os pais acham que não conseguem sozinhos descobrir fórmulas para adormecerem os filhos, que não sabem como fazer com que seres que têm um terço do seu tamanho comam um prato de sopa e não consideram claro como água que as crianças precisam de regras coerentes, constantes e de sanções caso haja necessidade de as forçar a respeitarem as ditas regras. Quanto à evidência de «terem de ser amadas», nem sei que diga.

O caso é sério porque revela que os pais se consideram incompetentes para responderem a estas questões e não confiam em quem os educou – nos avós – para esclarecerem as dúvidas. É sério porque parece que, afinal, a experiência e a intuição não servem para nada. Não há por aí mais um especialista que queira escrever sobre isto?





sexta-feira, 20 de junho de 2014


Vamos apoiar Hugo Ernano!

Queremos justiça em Portugal!


Vamos apoiar Hugo Ernano, o GNR injustamente condenado a 9 anos de prisão e a 80 mil euros de indemnização por ter cumprido o seu dever!

Basta de desvergonhas na justiça!

Basta de permissividade!

Basta de desordem pública!

Hugo Ernano

Hugo, estamos contigo!

Queremos uma justiça justa!

Queremos a punição de juízes que não cumprem a lei!
Queremos respeito pelas forças de segurança!
Queremos um Portugal pacífico e seguro!

(Arrobas e toneladas de advogados de ladrões, de desordeiros e de bandidos,

tomem vergonha!)

(Ideólogos do multiculturalismo, caridosos das minorias marginais e políticos protectores de ladrões, desordeiros e bandidos,

tomem vergonha!)

Arrobas da Silva,
advogado das causas da esquerda





http://www.publico.pt/sociedade/noticia/gnr-de-loures-acusado-de-ter-matado-jovem-em-2008-condenado-a-9-anos-de-prisao-1610240





quarta-feira, 18 de junho de 2014

A cidadania europeia desprezada


Pedro Vaz Patto

A Comissão rejeitou liminarmente a iniciativa, por entender que o embrião humano não é merecedor de protecção.

Muitas vozes se ouviram a lamentar a escassa participação nas eleições para o Parlamento Europeu. Nem metade dos cidadãos portugueses, e dos europeus em geral, se dispôs a votar. O fenómeno vem-se repetindo nas sucessivas eleições. O divórcio entre os cidadãos e as instituições da União Europeia persiste. Apesar do significativo reforço dos poderes do Parlamento Europeu, continuam as acusações de falta de democraticidade. O euroceticismo cresce.

Precisamente neste contexto, logo a seguir às eleições, a Comissão Europeia tomou uma decisão que não poderia ser mais contrária aos objectivos que parecem ser os de quem exprime estas preocupações.

O Tratado de Lisboa consagrou a faculdade de apresentação, pelos cidadãos europeus, de iniciativas legislativas que reúnam um número mínimo de assinaturas num número mínimo de países. A iniciativa europeia de cidadão One of us («Um de nós») recolheu assinaturas de mais de um milhão e setecentos mil europeus e em dezassete países foi ultrapassado o número mínimo exigido. Portugal foi dos países com uma adesão proporcionalmente maior. Nunca uma destas iniciativas mobilizou tantas pessoas em países tão diversificados. Essas pessoas quiseram usar um instrumento de democracia participativa (não se limitaram ao voto) e manifestaram a sua confiança nas instituições da União Europeia.

Pretendia essa iniciativa garantir que as actividades apoiadas pela União Europeia (no âmbito da investigação científica e da cooperação para o desenvolvimento) respeitassem a vida humana desde a sua fase mais vulnerável, a de embrião (tratado como «um de nós» – daí o seu nome).

Esperava-se que a necessária intervenção da Comissão se traduzisse apenas na verificação da regularidade formal do processo e remetesse a decisão da questão de fundo para o Parlamento, órgão com outra legitimidade democrática, eleito e que delibera depois de um processo de discussão pública e plural.

Não foi assim. A Comissão rejeitou liminarmente a iniciativa, por entender que o embrião humano não é merecedor de protecção, invocando a utilidade da investigação científica sobre células estaminais embrionárias (utilidade ainda não comprovada, ao contrário do que se verifica com a investigação em células estaminais adultas).

A decisão foi tomada no último dia do mandato da Comissão, já depois das eleições que hão-de conduzir à nomeação de outros comissários pelo novo Parlamento. De um ponto de vista da legitimidade democrática, é, também por este motivo, censurável. E só pode dar razão a quem fala em défice democrático da União Europeia.

Os proponentes da iniciativa, que mostraram acreditar na importância da participação dos cidadãos na construção da unidade europeia e que confiaram nas instituições da União Europeia (num contexto de indiferença e cepticismo, que muitos dizem lamentar) sentem-se, assim, desiludidos e desprezados. Com decisões como esta, é natural que cresça essa indiferença e esse cepticismo.





segunda-feira, 16 de junho de 2014

Férias colossais


Inês Teotónio Pereira

Apesar de tradicionalmente as nossas férias grandes serem mesmo grandes, cada vez mais esta realidade é insustentável.

As férias de Verão dos nossos filhos são todos os anos de pelo menos três meses. Este ano é igual (até têm mais uma semana) e começam já para a semana. Os meninos são entregues aos pais durante 13 longas semanas para descansarem, divertirem-se e descontraírem. O pior é que os pais estão a trabalhar. Não estão em casa. E é por isso que as férias, que deviam ser um período divertido, descontraído e descansado, são um autêntico pesadelo para os pais. Os pais têm de ser pais a tempo inteiro e ao mesmo tempo têm de trabalhar a esmagadora maioria do tempo. O desafio que temos já para a semana é gigante: o que fazer às nossas crianças de modo que elas não fiquem sozinhas em casa? A questão nem é entretê-los, é saber onde deixá-los e com quem durante três meses seguidos.

Quem tem meios e avós presentes e disponíveis safa-se e encontra facilmente guarida para a criançada. Mas quem não tem deixa as crianças entregues às consolas, à televisão, com o almoço dentro do microondas e o número de telefone dos pais colado no frigorífico para ligar «caso aconteça alguma coisa». Apesar do sol e dos dias longos, estas férias de Verão são três meses de stresse que fazem mais pela «desconciliação» da vida familiar com a vida profissional que uma eventual e irrealista diminuição do período de baixa de maternidade.

Nós não estamos preparados para isto. Dantes até era possível. Dantes os avós viviam ao lado, as mães estavam em casa e a população estudantil era bastante menor. Dantes não se notava a enormidade das férias grandes porque a rua, os vizinhos e o bairro eram um prolongamento da casa e da família e as crianças nunca estavam sozinhas. Era, por isso, possível que as aulas acabassem em Junho e começassem em Outubro que ninguém se queixava e as crianças agradeciam. Apesar de tradicionalmente as nossas férias grandes serem mesmo grandes, cada vez mais esta realidade é insustentável. Cada vez há mais famílias pequenas e por isso as ajudas são mais reduzidas, cada vez mais as mães têm as mesmas responsabilidades profissionais que os pais e por isso menos disponibilidade para estarem com os filhos enquanto os pais trabalham e também são cada vez mais os avós que trabalham ou vivem longe dos netos. O caso é por isso sério.

É sabido que é durante este período que se registam mais casos de negligência ou acidentes com menores. Nem podia ser de outra forma: nem todos têm dinheiro para os campos de férias que proliferam por este país fora ou para pagar a alguém que fique a tomar das crianças enquanto os pais trabalham. Quinze dias, três semanas no máximo, supera-se. Mas comportar tudo isto durante três meses seguidos só está ao alcance de um escalão muito reduzido do IRS.

Além deste problema logístico e das suas consequências muito pouco conciliadoras e seguras, há ainda o problema pedagógico. Dizem-me os professores no final de todos os anos lectivos que os meus filhos não podem parar de trabalhar, que têm de estudar nas férias ou varre-se-lhes toda a matéria e o início do ano lectivo seguinte pode ser doloroso. Compreendo. Mas trabalhar como? Com quem? Quando? É óbvio que três meses chegam e sobram para levarem os cérebros dos nossos filhos a entrar em modo de standby, só não é óbvia a solução do trabalho em tempo de férias tendo em conta que não há professores a acompanhá-los e os pais estão a trabalhar. É por isso que grande parte dos primeiros períodos de aulas são gastos na revisão das matérias do ano anterior e os alunos somam uma colecção de notas baixas. É que o cérebro, assim como a barriga, demora a voltar a estar em forma.

A solução deste grande problema das férias colossais não está na redução das férias (apesar de até se poder considerar), está sim numa maior distribuição das férias e na redução de períodos excessivamente longos de férias. Oito semanas de férias seguidas, no máximo, chegavam. Se queremos conciliar a vida familiar com a vida profissional, o melhor é começarmos por conciliar as férias escolares com a vida profissional dos pais; quando estamos todos a trabalhar a conciliação é bem mais fácil.





domingo, 15 de junho de 2014

Consultas gratuitas de oncologia e estomatologia



A União Humanitária dos Doentes com Cancro presta consultas de clínica geral gratuitas e abertas a toda a população, todas as quartas-feiras.

Conscientes de que o êxito desta valência depende unicamente da sua divulgação, de modo a que todos os doentes tenham conhecimento e assim oportunidade de beneficiar deste apoio, face aos nossos escassos meios (pois todos os apoios que a União presta são inteiramente gratuitos), vimos pelo presente apelar à sua solidariedade e desde já muito agradecer:

  • A divulgação desta notícia por todas as pessoas do seu conhecimento, familiares e amigos.
  • O reenvio deste e-mail para todos os seus contactos pessoais, com o objectivo de que, mediante uma grande rede de solidariedade na Internet, esta notícia chegue ao conhecimento de toda a população.
Para um completo conhecimento da União Humanitária dos Doentes com Cancro, muito agradecemos a visita ao nosso site,em http://www.doentescomcancro.org/<http://www.doentescomcancro.org/>, um site completo e interativo, com toda a informação sobre os apoios gratuitos a doentes com cancro e seus familiares, o cancro, a legislação, o tabagismo e as últimas notícias de âmbito oncológico.

Colabore com a União nesta nobre causa.

O cancro, pela sua dimensão – a segunda causa de morte no nosso país e a primeira no grupo etário entre os 35 e os 64 anos – é uma doença e uma problemática que a todos diz respeito e que só poderá ser vencido com a mobilização de toda a sociedade.

Gratos pela sua solidariedade, subscrevemo-nos com estima e elevada consideração,


                                                                               Luís Filipe Soares


União Humanitária dos Doentes com Cancro

Presidente da Direcção

Tel.: 213 940 302


E como nota de rodapé informo que qualquer pessoa pode ir a consultas de dentistas na Faculdade de Medicina Dentária na Cidade Universitária. Aqui as consultas não são gratuitas mas são a um custo bastante baixo...