quarta-feira, 2 de novembro de 2016


Todos os Santos: vida com Deus!

Halloween: paganismo!


«Europa trocou crucifixos por abóboras!»

O Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, lamentou que a Europa do terceiro milénio troque os seus «símbolos mais queridos» pelas «abóboras» do Halloween. O número dois do Vaticano comentava assim, em 2009, a decisão do Tribunal Europeu de Direitos do Homem, que define a presença do crucifixo nas escolas como uma violação da liberdade religiosa dos alunos e como contrária ao direito dos pais em educarem os filhos segundo as suas convicções.

Claro que, subjacente à expansão do Halloween, está o tentar ofuscar a celebração de «Todos os Santos»: o ofuscar da Luz, da Vida, da Ressurreição, de Deus!

Celebrar o Halloween é celebrar a morte; Celebrar Todos os Santos é celebrar a Vida!

No contexto de campanhas publicitárias da promoção da festa de Halloween, de cada vez mais agressivas, a Conferência Episcopal da França, já no distante ano de 2003, publicou um comunicado para explicar o sentido da festa de «Todos os Santos» e do «Dia dos fiéis Defuntos».

Com a Festa de 1 de Novembro, dia de «Todos os Santos», a Igreja deseja «honrar os santos «anónimos», muito mais numerosos que os canonizados pela Igreja, que com frequência viveram na discrição ao serviço de Deus e de seus contemporâneos», recorda o texto. Neste sentido, declaram os bispos, a Festa de «Todos os Santos» é a festa de «todos os baptizados, pois cada um está chamado por Deus à santidade». Constitui, portanto, um convite a «experimentar a alegria daqueles que puseram Cristo no centro de suas vidas».

A 2 de Novembro, dia de oração pelos defuntos, é proposta uma prática que se iniciou com os primeiros cristãos: a ideia de convocar uma jornada especial de oração pelos falecidos, continuação de «Todos os Santos», surgiu no século X: «A 1 de Novembro, os católicos celebram na alegria a festa de Todos os Santos; no dia seguinte, rezam de maneira geral por todos os que morreram», afirma o documento.

Deste modo, a Igreja quer dar a entender que «a morte é uma realidade que se pode e que se deve assumir, pois constitui o passo no seguimento de Cristo ressuscitado». Isto explica as flores com que nestes dias se adornam os túmulos, «sinal de vida e de esperança», concluem os prelados.

Tradição das Crianças

A tradição diz que, em Portugal, no dia de Todos os Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o «Pão por Deus» de porta em porta. Em tempos, as crianças, quando pediam o «Pão por Deus», recitavam versos e recebiam como oferenda pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos de pano. É costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o «Dia dos Bolinhos».

E o Halloween?

A festa de «Halloween» chegou dos Estados Unidos da América, e é agora muito celebrada também na Europa, assinalando-se a 31 de Outubro. A comemoração veio dos antigos povos bárbaros Celtas, que habitava a Grã-Bretanha há mais de 2000 anos. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo um antigo ritual, para eles os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, e queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Então, os Celtas costumavam vestir-se com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos. Esse episódio era conhecido como o «Samhaim». Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas e outros povos da Ilha e a Igreja Católica transformou este ritual pagão numa festa religiosa, passando a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado deveria honrar os santos.

A tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o «Dia de Todos os Santos», os não convertidos ao Cristianismo celebravam também a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era chamada de «All Hallows Evening»; abreviando-se, veio o Halloween.

Que nós, cristãos, celebremos a Vida e não a Morte, não nos deixando enganar e seduzir pela cultura da morte dos que vivem sem Deus!





terça-feira, 1 de novembro de 2016


Halloween: mera diversão?

Pois quem se diverte mesmo é o diabo!


Pe. Aldo Buonaiuto, exorcista italiano:

«Por trás das brincadeiras, a obra do diabo»

Das brincadeiras do Halloween para o ocultismo há só um pequeno passo, afirma o pe. Aldo Buonaiuto, da Comunidade Papa João XXIII. Ele é exorcista e coordenador de um serviço de ajuda a vítimas do ocultismo. Durante o mês de Outubro, a linha 0800 desse serviço toca sem parar.

Este é um relato de há poucos dias:

«Ligou uma mãe desesperada, que tinha descoberto as mentiras do filho, um rapaz excelente, sincero, que, de repente, mudou de círculo de amizades. Descobriu que o rapaz tinha profanado um cemitério… Eu falei com o rapaz. Porque fizeste isso? E a primeira palavra foi Halloween. Chorando, falou-me da forte persuasão dos novos amigos. No começo parecia tudo uma brincadeira, um jogo. Depois, descobriu que eles estavam agindo a sério; que todos eles acreditavam mesmo naquilo que estavam a fazer. E ele não conseguia livrar-se deles». O episódio quase banal revela como é fácil entrar nesses circuitos. Mas, «especialmente para um jovem, não é fácil sair deles, por vergonha, medo e tantas dinâmicas típicas dessa idade».


O pe. Aldo Buonaiuto acaba de lançar, em Itália, o livro «Halloween: Lo scherzetto del diavolo» (A brincadeira do diabo – título livremente traduzido; a obra ainda não está disponível em português), que examina aspectos históricos e sociológicos desse fenómeno dito cultural.

Segundo ele, a famosa frase «doçura ou travessura?» vem de outra: «oferenda ou maldição?», de origens celtas e usada em sacrifícios ao deus da morte, Samhain, para propiciar um bom Inverno. Embora este significado mais recôndito fique escondido sob a pátina comercial, «o Halloween continua a ser a festa mais importante dos satanistas, envolvendo ocultismo, esoterismo, magia e bruxaria». Por trás das máscaras, o pe. Aldo vê «a obra insidiosa do diabo, uma rasteira indirecta para derrubar as suas vítimas». Os média fazem o resto: «As crianças de hoje nem sabem que existe a festa de Todos os Santos, mas sabem, porque isso é incutido até nas escolas, que existe o Dia das Bruxas – ou Halloween».

E quanto à memória dos falecidos?

«Sequer é comparável. O Halloween exalta o espiritismo, o mundo invisível ligado às forças demoníacas. O Dia de Finados está ligado à crença na vida eterna, na ressurreição do corpo. As religiões têm respeito pelos mortos. O Halloween não tem. Ele ultraja os mortos».

«Não se pode banalizar este fenómeno. Para muita gente, é só um momento de diversão, mas, para os satanistas, a participação indirecta também conta: quem se fantasia está de certa forma exaltando o reino do mal. Que pai quer ver o seu filho de rosto desfigurado, sem os olhos, gotejando sangue? Qual é a diversão nisso? O que se esconde de verdade por trás desse fenómeno que leva a considerar esse tipo de coisa como normal?».

O exorcista está convicto:

«A nossa sociedade não precisa de Halloween, de monstruosidade, de imagens agressivas e violentas do macabro e do horror. Esta sociedade não precisa das trevas. Os nossos filhos precisam da luz. Porque não lhes oferecemos a festa dos santos? Esta é que é uma beleza! É um grande desafio numa sociedade que se devota às coisas ruins para torná-las normais».

Daí o convite: preparar festas temáticas sobre as vidas dos santos. E um apelo aos sacerdotes, professores e catequistas:

«Tenham a coragem de testemunhar a fé desses grandes heróis, os santos e beatos, que têm muito a transmitir para esta sociedade. Abram as portas das paróquias não para abóboras vazias, mas para belas festas! O Dia de Todos os Santos é uma grande oportunidade para sermos quem somos: filhos da luz!».