Paulo Morais
Em toda a Europa
civilizada, é proibida a publicidade a menores.
Cada criança em
Portugal passa cerca de 23 horas por semana em frente à televisão. São cerca de
três horas por dia, bem mais do que o tempo que passam com os pais ou com os
irmãos.
Sendo assim, os
verdadeiros encarregados de educação dos nossos filhos são os aparelhos de
televisão. Enquanto vê televisão, cada miúdo é bombardeado, em média, por 25
mil anúncios por ano. Estas doses maciças de propaganda constituem autênticas
lavagens de cérebro.
E as consequências
estão aí bem à vista. Os miúdos vestem todos da mesma forma e brincam com os
mesmos brinquedos. Os pais, pressionados, vêem-se na obrigação de satisfazer os
desejos dos filhos, tenham ou não dinheiro para tal.
Por outro lado, os
maus hábitos alimentares resultam do apelo publicitário permanente ao consumo
de comidas pouco saudáveis. Os problemas de saúde são a consequência
inevitável. A obesidade infantil afecta já hoje inúmeras crianças, sendo que
destas, entre 50 a 80% serão adultos obesos.
Além do mais, muitos
brinquedos e jogos apelam a atitudes violentas, com a consequente influência no
comportamento hiperactivo e na indisciplina nas escolas.
Poderiam evitar-se
todos estes males limitando, ou simplesmente proibindo, a publicidade dirigida
a menores. Que é o que acontece, aliás, em toda a Europa civilizada.