quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O liberalismo na educação


Inês Teotónio Pereira

Não é por acaso que filhos de pais liberais – da geração que cresceu ao som do slogan sexo, drogas e rock´n roll – são os maiores betinhos
O liberalismo na educação é, antes de mais, uma fantasia. Não existe. Ninguém no seu juízo perfeito é um liberal convicto na educação dos seus filhos. Na educação, só se é liberal por desleixo e/ou comodismo. Podemos ser adeptos fervorosos da privatização da Caixa Geral de Depósitos, podemos ser contra todas as entidades reguladoras do mundo, podemos lutar incansavelmente contra os impostos, o Estado e o seu centralismo, podemos defender com a própria vida os contratos de associação com as escolas privadas e a liberdade de escolha mas, quando entramos em casa, estas meritórias convicções ficam do lado de fora. Não entram.
 
Liberalismo e filhos: duas palavras que não podem estar na mesma frase. Nem falo na parte financeira e económica do tema, onde é óbvia a ausência do cariz liberal. Pois, em qualquer família, impera como modelo económico o socialismo no seu estado mais puro e fedorento. Senão vejamos, em qualquer família de direita ou de esquerda, católica ou calvinista, conservadora ou anarca, os pais (ou seja, o Estado) determinam o que os filhos (cidadãos) comem, vestem e a que horas apagam a luz, repartem equitativamente todos os bens e o seu usufruto pelos filhos, ignorando a sua produtividade (todos jantam quer tenham boas ou más notas), o seu talento ou as suas diferenças. Os pais tratam todos os filhos por igual e chegam mesmo a endividar (tal como o Estado com as PPP) os netos quando compram casas a 50 anos e carros a crédito «para o bem da família»...
 
Mas esta vertente marxista das famílias é ainda mais visível quando analisamos, não o seu funcionamento ou a sua forma de sustento, mas sim a educação. Não é por acaso que filhos de pais liberais – do tipo geração que cresceu ao som do slogan «sexo, drogas e rock’n’roll» – são os maiores betinhos da história contemporânea. São os yuppies dos anos 90 e os quadros deste milénio.
 
E porque é que isto é assim? Porque sim. Porque não podia ser de outra maneira. Um pai tem de ser socialista e controlador de tudo o que mexe se quiser desempenhar com sucesso as suas funções de pai. Na economia, já vimos que não pode ser de outra maneira. Quanto aos princípios, é fácil concluir o mesmo. Senão vejamos este exemplo: nenhum pai consegue assistir com a filha, que tenha uma idade compreendida entre os 10 e os 30 anos, a um episódio da Gabriela sem se sentir, vá, pouco à vontade. Nenhum pai nesta circunstância, com a filha ao lado, consegue rir com a greve das quengas no Bataclan de Ilhéus como deve ser. Na proporção exacta que a situação exige.
 
Nestes últimos dias, dias em que as quengas estão de greve e em que a Gabriela tem tomado banho de cinco em cinco minutos, como se estivesse a gravar um filme para a «Playboy», compreendi a sorte que tenho pelo facto de os meus filhos ainda não terem idade para ver televisão àquela hora. Mas imagino as perguntas que fariam se eu não tivesse o poder de os mandar para a cama: «Ó mãe, porque é que os coronéis não deixam as senhoras seguir na procissão? O que é uma quenga?» Gostava de ver um liberal a explicar todos estes constrangimentos das quengas com a mesma clareza com que defendem as virtudes da privatização da CGD.
 
É por estas e por outras que, em qualquer casa de família, qualquer um dos 200 canais de televisão é como a RTP, ou seja, tem tutela.
 
Um pai, por mais liberal que seja nos seus costumes, nos seus princípios, não o é enquanto educador. No fundo, não é. No fundo, é um ditador, um Mao camuflado. No fundo, cora e incomoda-se. No fundo, acha que a emancipação sexual e as drogas livres não condizem com a sua filha nem com o seu filho. Por isso, controla, condiciona e filtra o que chega aos olhos e aos ouvidos dos filhos. E, se não o faz, gostava de o ter feito.

Plataforma do Partido Democrata nos EUA
apoia aborto e uniões gay


A plataforma do Partido Democrata nos Estados Unidos, a que pertence o presidente Barack Obama, adoptou formalmente no dia 4 de Setembro uma plataforma política que apoia o aborto, as uniões homossexuais e os anticoncepcionais.

A plataforma, que estabelece as prioridades partidárias, com Obama ganhando ou não as eleições, foi adoptada oficialmente na Convenção Nacional Democrata que está sendo realizada em Charlotte.
 
O texto expressa o seu apoio à «igualdade do matrimónio», frase usada por quem promove a legalização das uniões de casais do mesmo sexo. É a primeira vez que um partido político importante nos Estados Unidos expressa formalmente o seu apoio à redefinição do matrimónio.
 
A plataforma também insiste em rejeitar totalmente a lei de 1996 (Defense Marriage Act) que define o matrimónio como a união de um homem e de uma mulher, e que protege este conceito nos estados perante as pressões de alguns sectores para aprovar as uniões gay.
 
Sublinhando o seu apoio ao aborto sem restrições, a redefinição do matrimónio e dos anticoncepcionais, o Partido Democrata assinala que está comprometido com a «obtenção de políticas que realmente valorizem as famílias».
 
A plataforma originalmente extirpou qualquer referência a «Deus» embora admitisse que as organizações de distintos credos tiveram um papel «central» na história dos Estados Unidos. Perante as críticas provenientes dos republicanos, os democratas decidiram finalmente, no meio de protestos e depois de três votações, inserir um item em que expressam a sua fé em Deus.
 
O texto também expressa o seu apoio ao mandato abortista da administração Obama que violenta a liberdade religiosa e de consciência ao obrigar às organizações religiosas a adquirir planos de saúde que cubram pílulas abortivas, a esterilização e os anticoncepcionais. Os bispos do país opuseram-se em bloco e de maneira muito clara a este mandato.
 
O Partido reiterou o seu compromisso com o «aborto legal e seguro, sem considerar a capacidade de pagamento» e expressou a sua oposição a qualquer tentativa de «debilitar ou minar esse direito».
 
A plataforma também apoia a eliminação de restrições às pesquisas com embriões humanos para obter células estaminais, assim como uma «adequada educação sexual», embora não determine a que se refere com este último conceito.
 
«O Presidente Obama e o Partido Democrata estão comprometidos com o planeamento familiar em todo o mundo», afirma e destaca a decisão do mandatário de reverter a política conhecida como Cidade do México, que proíbe os Estados Unidos de financiar grupos que promovam ou realizem abortos.
 
Também insiste em que «os direitos gay são direitos humanos» e salienta a decisão da Secretaria de Estado de financiar actualmente «um programa que sustenta às organizações de direitos gay» e exorta a «combater activamente» as acções de outras nações que consideram que estão comprometidas com a «discriminação».

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Voluntários do Greenpeace:
«Viva o aborto, somos pró-morte»!


Depois de sofrer ameaças e insultos de voluntários da multinacional ecologista Greenpeace, os jovens do Crossroads, que peregrinam pela Espanha defendendo o direito à vida humana e manifestando-se contra o aborto, denunciaram que essas e outras agressões que sofreram acontecem porque são «católicos, pró-vida e jovens com princípios».
Os jovens do Crossroads denunciaram que no dia 9 de agosto, depois de chegar à localidade de León, encontraram-se com um grupo de ecologistas que os insultaram fortemente, ameaçaram-nos gestualmente e gritaram «viva o aborto! Somos pró morte»!.

Os voluntários do Greenpeace insultaram gravemente aos jovens com palavras de baixo nível que não as reproduzimos aqui.
Em declarações ao grupo ACI, Jaime Hernández, porta-voz do Crossroads, lamentou que o Greenpeace tenha negado a agressão quando se comunicou com a imprensa local e culpou aos jovens pró-vida, dizendo que eles os agrediram enquanto tentavam conseguir sócios.

«No seu comunicado eles falam que 5 dos seus membros que foram denunciados desmentem tudo e que fomos nós os que lhes provocamos, insultamos, etc. Quer dizer, que tentam virar o jogo e se fazem de vítimas».
Hernández desmentiu ao Grenpeace e assinalou que o que aconteceu «está provado graças às testemunhas».

O porta-voz do Crossroads disse que eles ainda não fizeram nenhuma denúncia contra o Greenpeace, mas se a multinacional ecologista não se desvincula dos jovens agressores, a denúncia será feita.
«O certo é que os que estão sendo denunciados são os dois membros do Greenpeace, e os que tivemos que chamar à polícia por segurança própria fomos nós», assinalou.

Hernández também disse que a polícia local revelou «que não era a primeira vez que tinha problemas com voluntários do Greenpeace».
«Nós não causamos nenhum problema nas cidades onde passamos. Fomos sempre atacados por ser católicos, pró-vida e jovens com princípios», disse.

Por sua parte, Ignacio Arsuaga, presidente do grupo espanhol pró-vida HazteOír, lamentou que «os pró-abortistas às vezes mostram seu verdadeiro rosto intolerante e agressivo».
«Os voluntários do Greenpeace não puderam tolerar que um grupo de jovens repartisse informação objetiva sobre o aborto. Por isso recorreram ao insulto e à agressão física», assinalou.

Arsuaga também expressou sua surpresa porque «Greenpeace negou os fatos e, portanto não pediram perdão».
«Como podem estar a favor do meio ambiente e não condenar a agressão contra pessoas concretas, contra os jovens do Crossroads e contra os seres humanos que ainda não nasceram?», questionou.

Unanimidade homicida?


Nuno Serras Pereira
 
Depois da apresentação, por parte dos partidos políticos com assento na assembleia da república, de projectos de lei distintos, díspares mesmo contraditórios entre si eis que, após amenas conversas em plenário, votaram por unanimidade a «lei» nº 25/2012, de 16 de Julho, que «regula as directivas antecipadas de vontade, designadamente sob a forma de testamento vital, e a nomeação de procurador de cuidados de saúde e cria o registo nacional de testamento vital (rentev)». O nome traz já em si todo um programa necrófago (sim, necrófago porque esta gente alimenta-se de morte), que é confirmado quer pelo conchavo extraordinário daqueles cujo objectivo continuado sempre foi a fractura, e a devastação ou aniquilamento da pessoa humana, abominando qualquer conciliação; quer pela interpretação ambígua a que a «lei» propositadamente se presta. Aliás foi essa mesma ambigenia que ocasionou a unanimidade, uma vez que por ela se abrirá a porta à eutanásia – primeiro, por omissão, em seguida, pela acção.
 
Uma vez formada e lançada a bola de neve inevitavelmente se seguirá o alude. Quando, em nome do consenso se barganham os princípios e valores inegociáveis o resultado só pode ser uma catástrofe.