sábado, 5 de junho de 2010

Teatro, música e dança sobre a vida
e obra lírica de Luís de Camões

«FOGO QUE ARDE SEM SE VER»

Espectáculo com texto e encenação de José Neto e guarda roupa e direcção coreográfica de «Danças com História». Os espectáculos de 10, 11 e 12 serão apresentados no Salão Nobre da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e integram-se nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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Telemóvel

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

«Uma história, por favor!»

Maria Teresa Maia Gonzalez

A propósito do Dia Mundial da Criança

Um destes dias, ia sentada no autocarro atrás de uma menina e sua mãe, que tinha ido buscá-la à escola. Como a menina não fazia questão de falar baixo e o autocarro ia silencioso, não pude deixar de ouvir a conversa…

-- Mãe, logo contas-me uma história antes de eu dormir?

A mãe não respondeu, mantendo-se virada para a paisagem que via pela janela. Assim, a filha voltou a pedir, desta feita com mais delicadeza:

-- Mãe, logo à noite contas-me uma história, por favor?

A jovem mãe da criança deu-lhe, então atenção:

-- Ó Ana, tu sabes que eu não tenho cabeça para te contar histórias! Ando estafada, não vês?

-- Mas era só uma história pequenina… - tornou a Ana, fazendo uma voz irresistível.

-- Tu agora até já sabes ler! – atalhou a mãe.

-- Pois, mas não é a mesma coisa – refilou a menina.

-- Ora! Quando fores passar um fim de semana a casa do teu pai, pede-lhe a ele que te conte uma história, que ele deve andar mais folgado do que eu – replicou a mãe, já a impacientar-se.

A criança ficou algum tempo calada. Por fim, voltou à carga:

-- É que o pai não tem tempo. Ele chega a casa quando eu já estou a dormir…

-- Pedes-lhe que te conte a história de manhã – sugeriu a mãe, agora mais sensibilizada.

-- Oh… De manhã o pai vai logo para o computador e, além disso tem de ser à noite!

A mãe não entendeu aquela lógica e, desviando novamente o olhar da janela, interessou-se:

-- Mas, afinal, tem de ser à noite porquê?

-- É que a minha professora disse que, quando ela era pequenina, o pai ou a mãe dela contavam-lhe uma história à noite e que isso a fazia sonhar!

-- Ah, já estou a perceber… - disse, então, a mãe da Ana. – Tu queres é sonhar… E queres sonhar com quê, posso saber?

A menina voltou a ficar em silêncio. Depois, respondeu, como se falasse para si mesma:

-- Eu queria sonhar que o pai e tu tinham um bebé… E eu tinha um mano pequenino…

A mãe exasperou-se:

-- Mas que coisa! Então tu não sabes que o teu pai escolheu a família dele, Ana?! Não falámos já tantas vezes sobre isso?!

-- Sim… - respondeu a menina, em voz mais baixa, encolhendo-se no banco. – Mas o que eu queria saber é porque é que ele não me escolheu a mim…

A conversa terminou ali. Mãe e filha saíram do autocarro poucos minutos depois. Eu fiquei a olhá-las, pela janela, solidária com a perplexidade triste da menina, cuja pergunta (cheia de sentido e legitimidade) não obteve qualquer resposta.

E pensei: hoje, como ontem, ser criança deveria ser sinónimo de… ser feliz! Como seria bom se a Ana e todos os meninos e meninas do mundo não tivessem de pedir «por favor» uma história que lhes desse o direito a serem felizes, ainda que apenas no país dos sonhos!...







A lei nasceu coxa

Comunicado da Plataforma Cidadania e Casamento

A Plataforma Cidadania Casamento assistiu com alguma surpresa à tomada de posição do Presidente Cavaco Silva na promulgação da lei ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Não conseguimos compreender a indiferença do Presidente perante aquele que é o sentir da sociedade portuguesa seja na rejeição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, seja na defesa da realização de um referendo sobre a matéria.

Para se aperceber desse sentir bastaria ao Presidente ter presentes os seguintes factos:100 Mil pessoas de norte a sul de Portugal em três semanas apenas subscreveram uma Iniciativa Popular de Referendo numa época do ano entre todas a mais desaconselhada para a obtenção deste resultado (o mês de Dezembro);

21 Presidentes de Câmara Municipal pertencentes a diversos partidos assinaram essa mesma Iniciativa Popular de Referendo e numa iniciativa inédita 20 capitães de Abril subscreveram uma carta aberta sobre esta proposta de lei expressando a sua adesão à ideia de um referendo;

Não há desde o inicio desta discussão uma só sondagem (por telefone, online ou outro qualquer meio) em que os resultados saiam do seguinte padrão: mais de 50% de opiniões adversas ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, percentagens maiores de rejeição da permissão de adopção por estes "casais" e mais de 50% de opiniões favoráveis à realização de um referendo sobre a matéria;

A maioria da opinião publicada (gente da cultura, protagonistas da sociedade civil e políticos de vários partidos) manifestou-se no mesmo sentido de exigência do referendo e rejeição da modificação do regime do casamento;

onsideramos mais "compreensível" que o governo socialista tenha imposto a ditadura do silêncio no parlamento no momento de voto do referendo impedindo a realização do mesmo, do que o Presidente de todos os portugueses ter tomado uma posição que viabiliza a todo o custo esta lei, não defende o verdadeiro interesse das famílias nem o interesse nacional, (a)funda a sua posição em "razões" desconexas e defrauda aqueles que em si votaram.

Procedendo dessa forma o Presidente abriu uma verdadeira crise política que em consequência da ética da responsabilidade por si invocada não deixará de produzir os seus efeitos: a divisão da sociedade portuguesa num momento em que é tão necessária a coesão nacional.

Neste quadro a Plataforma Cidadania Casamento, cuja presença em todas as nossas cidades não cessa de crescer, saberá estar à altura das suas responsabilidades e continuará sem cessar, pelas formas que em cada circunstância política forem as mais adequadas, a dar corpo e voz ao clamor popular de um referendo sobre esta matéria, preparando inclusivamente as soluções jurídicas que forem necessárias na sequência da eventual revogação desta lei, se esse for o sentido da decisão que vier a ser tomada.

Esta Lei nasceu coxa, sem as muletas do Presidente arrisca-se a tropeçar, mais tarde ou mais cedo será referendada.

Lisboa, 18 de Maio de 2010



“Ética da responsabilidade”

Raquel Abecasis
Está encontrado o significado da novíssima expressão “ética da responsabilidade”. Quer dizer cinismo e/ou hipocrisia.

Cavaco Silva usou-a para justificar porque promulgou a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de discordar do diploma e do que ele vai representar para a sociedade.

Este fim-de-semana, foi José Sócrates que usou a “ética da responsabilidade” para explicar porque decidiu apoiar Manuel Alegre às presidenciais de 2011. Diz o primeiro-ministro que “um partido tem que decidir, não pode decidir não decidir, essa opção nunca fez sentido para o Partido Socialista e não faz sentido para um grande partido como o PS”.

Ficamos, portanto, conversados. Sempre que ouvir alguém falar em ética da responsabilidade, já sabe: esse alguém prepara-se para fazer exactamente o contrário daquilo que pensa.

É mais um tributo que ficamos a dever a Cavaco e a Sócrates. Sabe-se lá o que teremos ainda para aprender com eles.






segunda-feira, 31 de maio de 2010

Conserve o seu emprego

560
Decore este número.
Não mande gente para o desemprego.


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