quarta-feira, 17 de junho de 2015


«Chega de igualdade!

Mulher não dá para ser soldado!»

— diz capitã dos Marines


Luis Dufaur

No artigo intitulado «Chega disso! Nós não fomos criados todos iguais», a capitã defende que a anatomia feminina não é capaz de resistir às asperezas de uma longa carreira militar que envolve operações de infantaria.

Ela adverte que os Fuzileiros Navais (Marines) vão sofrer «um aumento colossal no número de mulheres incapacitadas e obrigadas a concluir a sua carreira por motivos de saúde».

Katie Petrónio baseia-se na experiência pessoal, adquirida em situação de combate. Causando-lhe sérios danos físicos, malgrado um promissor começo na elite da oficialidade da arma.

A capitã escreveu que «preenchia todas as condições» para ser uma mulher-soldado ideal quando começou a carreira. «Eu era uma estrela no hóquei sobre o gelo no Bowdoin College, pequena escola de elite em Maine, com um título em Direito e Administração».

Ela também tirou resultados «de longe acima da média em todos os testes físicos de capacidade para mulheres», embora não completasse todo o treino prévio.

«Cinco anos depois, eu não sou fisicamente a mulher que uma vez fui, e os meus pontos de vista a respeito da mulher ser bem sucedida numa carreira duradoura na infantaria mudaram muito», escreveu Petrónio.

«Mulher nunca deveria ser soldado de infantaria»,
escreveu a capitã dos Marines Katie Petrónio na revista «Marine Corps Gazette»,
segundo informou a agência LifeSiteNews.

«Eu posso dizer, com base na minha experiência pessoal directa no Iraque e no Afeganistão, e não é apenas uma impressão, que nós ainda não começamos a analisar e a compreender as questões específicas de saúde do género e os danos físicos nas mulheres por causa de contínuas operações de combate».

Petrónio «participou em numerosas operações de combate» que por vezes duravam semanas, sofrendo stress e falta de sono. As suas pernas começaram a atrofiar-se, perdeu a mobilidade, perdeu peso, parou de produzir estrógenio e desenvolveu uma síndrome no ovário que a deixou estéril.

Ela completou o seu período com bons resultados, mas percebeu que lhe seria impossível aguentar o esforço que um homem é capaz de fazer e pediu para se retirar por motivos de saúde.

Petrónio manifestou a sua preocupação diante da pressão dos grupos que impulsionam a integração de mulheres no corpo de infantaria.

«Quem está a promover esta agenda? Eu não vejo Marines femininas, recrutas ou oficiais, batendo às portas do Congresso, queixando-se de que a sua impotência para servir na infantaria viola o direito à igualdade» escreve ela.

Kate diz que essa pressão está sendo aplicada pelo «pequeno comité de civis nomeado pelo Secretário da Defesa» denominado Comité Consultivo de Defesa para Mulheres no Serviço (Defense Advisory Committee on Women in the Service – DACOWITS).

Embora alguns deles tenham experiência militar, nenhum de seus membros «estão no serviço activo ou têm qualquer tipo de experiência recente em combate ou em operações relevantes sobre as realidades que eles estão tentando modificar», observou Petrónio.





domingo, 14 de junho de 2015


Sem exames os meus filhos vão estudar

em S. Bento


Inês Teotónio Pereira, ionline, 13 de Junho de 2015

Parece que corro o risco de o meu sofrimento voltar, pois uma das promessas do PS é acabar com os exames «nos primeiros anos de escolaridade».

A primeira grande contrariedade do meu filho mais velho foi o exame do sexto ano. Até lá a criança teve uma vida santa. Ele era um rapaz feliz, descontraído e sem preocupações. Comia, dormia, brincava e fazia os trabalhos de casa. O azar dele foi que a dada altura, sem que tenha feito alguma coisa por isso, o País mudou de governo e o ministério da educação mudou de mãos. Foi o fim de uma era. As férias da Páscoa começaram e acabaram com e ele a estudar para o raio dos exames. Português e Matemática, ainda por cima – podiam ter escolhido educação cívica e moral, sempre era mais aceitável. Ele refilou, refilou, estudou, estudou, eu gritei, gritei e ele passou com distinção. Mas nunca mais foi o mesmo.

No ano seguinte o meu outro filho também fez o exame do sexto ano. «Olha, não te preocupes que aquilo até é fácil. Não precisas de estudar tanto quanto eu estudei», aconselhou o mais velho. Só que o rapaz é perfeccionista e estudou que nem um condenado. Passou com boas notas. Mas nunca mais foi mesmo: achava que era melhor do que era e os exames injectaram-lhe alguma humildade. O ano passado, o meu terceiro filho fez o exame do 4.º ano. Tive mais pena da professora do que dele. A professora esforçou-se a sério para que os seus meninos ficassem bem na fotografia e eles ficaram. Este meu filho, mais inseguro, descobriu que conseguia boas notas se estudasse e que a nota do exame só dependia da vontade dele em responder às exigências da professora. Também este nunca mais foi o mesmo.

Eu também nunca mais fui a mesma. Ao princípio considerava os exames uma questão de vida ou de morte, uma prova definitiva. Confesso que cheguei a ter pena da criançada, dúvidas se eles tinham idade para serem sujeitos a uma prova tão séria e medo das consequências se os resultados não fossem bons. Sofri. Mas isso só aconteceu com os dois primeiros. A minha sorte é que tenho mais e por isso com o terceiro descontraí. Tinha aprendido que, afinal, nada dependia de mim e que muito pouco dependia dos exames. Mesmo que o resultado do exame fosse desastroso era preciso um ano inteiro desastroso para que a nota final fosse trágica. Eles perceberam cedo que a preparação para o exame começa no primeiro dia de aulas, por isso, mais do que a função de avaliação, os exames tiveram sempre nos meus filhos um efeito pedagógico. Não foi por causa dos meus gritos ou ameaças que eles começaram a levar a escola a sério, mas sim – e custa-me dizer isto revelando assim a minha irrelevância – por causa dos exames.

Por tudo isto sou hoje uma mãe diferente. E sou de tal maneira diferente que suspeito até ser de alguma forma negligente. Este ano o meu filho mais velho faz os exames do 9.º ano e eu, supostamente uma mãe responsável e presente, achava que a data do primeiro exame era ontem e não depois de amanhã. Só descobri na véspera que ainda faltavam três dias. O rapaz ainda não comentou este meu engano, mas suspeito que abalei de alguma forma a pouca confiança em datas que ele deposita em mim. Seja como for, a verdade é que os exames tiverem o efeito milagroso de transferir a angústia dos pais para os filhos, pelo menos no meu caso (até um bocadinho de mais, é certo). Agora, são eles que sofrem e eu vou mais vezes ao cinema.

Mas parece que corro o risco de o meu sofrimento voltar, pois uma das promessas do PS é acabar com os exames «nos primeiros anos de escolaridade». Ora, como eu ainda tenho mais três filhos para fazerem exames nos «primeiros anos de escolaridade», esta promessa socialista preocupa-me tanto quanto me aterroriza a ideia de o PS ganhar eleições. Para o ano a minha filha faz o exame do 4.º ano – «para o ano é que é mesmo a sério», diz ela – e por isso já proclamou que vai começar a estudar desde o primeiro dia de aulas. Ainda não lhe disse que a concretização desse plano depende de umas eleições – não tive coragem. Mas, caso se concretize esse cenário dantesco prometido pelo PS, vai daqui a minha promessa em como depositarei estes meus filhos à porta de São Bento, pelo menos três vezes por semana, para que o Dr. Costa tome conta deles e os transforme em alunos responsáveis e estudiosos. Só não pode avaliá-los. Coitado do Dr. Costa: o que os meus filhos gozariam com ele.