quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ideologia de género destroça a família
alerta bispo de Córdoba


O bispo de Córdoba (Espanha), Don Demetrio Fernández, adverte que «a ideologia de género destroça a família, rompe os laços do homem com Deus através da sua própria natureza», como é o sexo com que se nasce, «coloca o homem acima de Deus, Deus já não é necessário para nada, e temos que prescindir d’Ele, porque Deus é um obstáculo para a liberdade do homem».
Assim o manifesta o bispo na sua carta semanal, publicada pela Europa Press, e na qual faz uma alusão à frase de Simone de Beauvoir (1908-1986), esposa de Jean Paul Sartre: «Não se nasce mulher: torna-se.», que, a seu ver, «expressa que o sexo é aquilo que a pessoa decide ser», de modo que «já não valeriam as ecografias que detectam o sexo da pessoa antes de nascer».
Deste modo, lamenta que embora a ecografia diga «claramente que é menina, o que vale é o que o sujeito decida», de maneira que «se quer ser homem, pode sê-lo, embora tenha nascido mulher» e vice-versa.
Também acrescenta que «a serviço desta ideologia existe uma série de programas formativos, médicos ou escolares, que procuram fazer com que todo o mundo mentalize esta ideologia, fazendo um dano tremendo na consciência das crianças, adolescentes e jovens».
Neste sentido, considera que «a ideologia de género não respeita em nada a própria natureza na qual Deus deixou inscrita a sua marca: sou varão, sou mulher, por natureza. Aceito-o e vivo-o com alegria e com gratidão ao Criador».
E que, «relacionar com a natureza e, portanto com Deus, a minha identidade sexual é uma escravidão da qual a pessoa tem que libertar-se», segundo esta ideologia «errada», como sublinha Don Fernández.
Um feminismo «radical» que se estende nas escolas.
Do mesmo modo, o bispo refere que desta ideologia vem «um certo feminismo radical, que rompe com Deus e com a própria natureza, tal como Deus a fez». Um feminismo, segundo ele, que «vai estendendo-se implacavelmente, inclusive nas escolas».
Além disso, Don Fernández menciona que «a Igreja Católica é odiada pelos promotores da ideologia de género, mais precisamente porque se opõe rotundamente a isto».
E, entretanto, adiciona, «uma das realidades mais bonitas da vida é a família», segundo a sua «estrutura originária, onde existe um pai e uma mãe, porque há um homem e uma mulher, iguais em dignidade, distintos e complementares», e igualmente «onde há filhos, que brotam naturalmente do abraço amoroso dos pais», e acrescenta que «Deus quer o bem do homem, e por isso inventou a família».
Ainda que a ideologia de género «tente destruir» a família, «a força da natureza e da graça é mais potente que a força do mal e da morte».
Por isso, considera que «a família precisa da redenção de Cristo, porque Herodes continua vivo, e não mata somente os inocentes no seio materno, mas também tenta mentalizar as nossas crianças, adolescentes e jovens com esta ideologia, querendo fazer com que vejam que há outros tipos de família».
O bispo de Córdoba acredita que «é a ocasião para pedir às famílias que atravessam dificuldades, para dar uma mãozinha às famílias que tenho por perto e cujas necessidades não são somente materiais, mas às vezes de sofrimentos por conflitos de todo tipo», ao mesmo tempo que assegura que «só na família, tal como Deus a instituiu, encontra o homem o seu pleno desenvolvimento pessoal e, portanto, a felicidade no seu coração».
Para Don Fernández, «na família está o futuro da humanidade, na família que responde ao plano de Deus».


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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

França: centena de milhares
em manifestação contra «casamento»
entre invertidos


Centenas de milhares de pessoas reuniram-se este domingo em Paris para uma manifestação contra a equiparação ao matrimónio das uniões entre invertidos.

A chamada «Manifestação para todos», promovida por comunidades religiosas e movimentos da sociedade civil, surgiu como forma de oposição ao projecto de lei apresentado pelo executivo do socialista François Hollande, chamado «Casamento para todos», que pretende legalizar o casamento e a adopção por invertidos e deve começar a ser analisado pelo Parlamento francês a partir do dia 29 de Janeiro.

Sob o lema «Nascemos de um homem e de uma mulher», a manifestação na capital francesa é apresentada pelo portal de notícias do Vaticano como uma «batalha civilizacional em defesa da célula fundamental da sociedade».

O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, marcou presença no final da iniciativa para manifestar o seu encorajamento aos organizadores.

O presidente do Conselho Pontifício da Família (Santa Sé), D. Vincenzo Paglia, elogiou o empenho do episcopado francês nesta causa para «fazer entender que o matrimónio e a família não são uma realidade de alguém, mas da humanidade».

«A igualdade é uma coisa, o respeito pela diversidade é outra, porque para se chegar a uma igualdade robusta é necessário respeitar a diferença com críticas à ideologia de género».

O arcebispo italiano sustenta que, após a legalização do casamento e da adopção por pessoas do mesmo sexo «tudo se torna possível» em termos de definição do matrimónio.

«Se a medida for o ‘eu’ e a satisfação de todos os seus desejos, fica claro que tudo pode acontecer e, portanto, temos a destruição da civilização».

O porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, D. Bernard Podvin, disse estar confiante no bom senso da opinião pública, nestas matérias e apela ao testemunho dos católicos.

«Os tempos são difíceis, temos de testemunhar uma esperança e recordar à nossa sociedade que, no futuro, será muito mais frágil e terá que estar muito atenta aos seus valores fundamentais».


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«Acordo» Ortográfico:
Nem gregos nem troianos: assim-assim

Helena Buescu

Há dias, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, adiou a obrigatoriedade de implementação do «Acordo» Ortográfico para 2016. Fê-lo com base numa petição que reuniu 20 000 assinaturas. Em Portugal, uma igual petição reuniu mais de 130 000, e não teve qualquer eco. 130 000 assinaturas num país cuja população é incomparavelmente menor do que no Brasil.

Devemos aproveitar para reflectir seriamente sobre o «A»O e os seus efeitos em Portugal. O exemplo vem-nos, aliás, do próprio Brasil. Nesse país, os argumentos aduzidos apontam para críticas de ordem científica ao «A»O. E junta-se a essas críticas o argumento da necessidade de uma «maior simplificação» da ortografia da língua portuguesa. Além de que por exemplo o linguista Evanildo Bechara assegura que o «A»O precisa de ser revisto. Revisto – e nem ainda entrou em vigor! Isto diz bem da consistência científica de um dos maiores atentados feitos à língua portuguesa.

Naturalmente, este adiamento sublinha a bondade das críticas feitas ao «Acordo», mostrando que nem em Portugal nem no Brasil (nem nos outros países lusófonos, que mostraram grandes reticências, sendo que Angola ainda não o ratificou) ele conseguiu um consenso mínimo em termos científicos.

A grande questão, agora, é saber se realmente há base científica para que algum dia ele venha a existir. Com este ponto suplementar: a partir do momento em que várias declarações, no Brasil, apontam para a necessidade de uma maior «simplificação» da língua portuguesa, o que se impõe perguntar em Portugal é: queremos nós, em Portugal, «simplificar» (seja o que for que isto queira dizer!) a língua? Ou privilegiamos (legitimamente também) a história da língua portuguesa na Europa, guardando por exemplo alguns traços etimológicos da sua origem e evolução ao longo dos séculos?

Simplificando a pergunta: haverá base, em termos de uma política científica do Português, para um acordo que não parece agradar nem a gregos nem a troianos? A resposta talvez seja: «Assim-assim». Em Portugal, é sob esta fórmula que se costuma esconder a falta de coragem e a aceitação tristonha do império da realidade, quando mais vale não pensar.

Em 2016, eis um cenário muito possível: Angola manterá a ortografia existente anterior ao «Acordo». Portugal seguirá, se não conseguir inverter o statu quo, o pobre «acordês». E o Brasil terá entretanto revisto e certamente «melhorado» o «Acordo», escrevendo numa terceira ortografia. Resumindo: cada qual escreverá de sua maneira, e ter-se-á esfrangalhado a ortografia comum que, até agora, era seguida por todos os países lusófonos, com excepção do Brasil. Ou seja: será um verdadeiro «acordo português», em que ninguém sabe acordar.


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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Revista Times: Promotores do aborto têm
perdido as batalhas contra os pró-vidas

Na capa da sua edição de Janeiro de 2013, a famosa revista americana Times, assegura que «há 40 anos, os activistas do direito ao aborto obtiveram uma épica vitória com (a sentença da Corte Suprema no caso) Roe vs. Wade», que permitiu a legalização do aborto nos Estados Unidos, «desde então eles estão perdendo» para os pró-vidas.

Conforme explica Kate Pickert, autora do artigo de capa, desde que em Janeiro de 1973 a Corte Suprema dos Estados Unidos converteu num direito federal o acesso ao aborto, «o movimento pro-choice (abortista) vem perdendo» as suas lutas.

«Em muitas partes do país, actualmente, recorrer a um aborto é mais difícil do que na década de 1970».

Pickert referiu que «há menos médicos dispostos a realizar o procedimento e menos clínicas abortistas no negócio».

«Os activistas pro-choice (abortistas) foram ultrapassados por os seus adversários pró-vidas, que pressionaram com sucesso obtendo regulações estatais que limitam o acesso» ao aborto, acrescentou.

«Muitos estados pedem actualmente que as mulheres passem por aconselhamento, períodos de espera ou ultra-sons antes de se submeterem a abortos», referiu.

Para a jornalista americana, «a causa pró-vida está ganhando a guerra do aborto, em parte, porque utiliza uma estratégia organizada e bem executada».

Além disso, reconheceu, «a opinião pública está crescentemente» do lado pró-vida.

«Graças ao ultra-sons pré-natal e aos avanços da neonatologia, os americanos podem agora saber como se vê um feto e que os bebés nascidos tão prematuramente como às 24 semanas agora podem sobreviver», afirmou Pickert.

A jornalista da Times disse que «apesar de três quartos dos americanos acreditarem que o aborto deveria ser legal em alguns ou todos os casos, a maioria apoia leis estatais que regulem o procedimento, e cada vez menos se identificam como ‘pro-choice’ nas pesquisas de opinião pública».

Pickert também retratou a divisão geracional que destrói por dentro a causa abortista, pois «os jovens activistas do direito ao aborto reclamam que as líderes das organizações feministas», que tinham 20 ou 30 anos quando se legalizou o aborto nos Estados Unidos, «não estão dispostas a passar a tocha às novas gerações».

Entretanto, para Kate Pickert, um dos principais motivos da derrota dos promotores do aborto é que «numa democracia dinâmica como a dos Estados Unidos, defender o status quo é sempre mais difícil do que lutar para mudá-lo».

Uma das expressões mais claras do avanço da causa pró-vida nos Estados Unidos é a multitudinária marcha nacional pela defesa da vida que mobilizam centenas de milhares de pessoas, com frequência ignoradas pelos média, todos os anos em Janeiro, no aniversário da sentença de Roe vs. Wade.

A última marcha, em 2012, reuniu mais de 400 mil pessoas que durante várias horas suportaram frio intenso, neblina e até chuva enquanto percorriam as principais ruas da capital Americana até à sede do Capitólio.


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