Rick Fitzgibbons, Actualidade Religiosa, 5 de Julho de 2017
O Gabinete para os Direitos Civis do Departamento de
Educação dos Estados Unidos emitiu recentemente uma série de instruções que
indicam que se uma escola não utilizar os «nomes e pronomes escolhidos» pelos
alunos transgénero, incorre em assédio.
«Actos de agressão verbal, não-verbal ou físicos,
intimidação ou hostilidade com base no sexo ou estereótipos sexuais, tal como a
recusa em usar o nome ou o pronome escolhido por alunos transgénero quando a
escola os usa para alunos não-transgénero ou quando a recusa é motivada por
animosidade para com pessoas que não se encaixam em estereótipos sexuais».
Esta ameaça dirigida a professores, auxiliares e
directores aumenta o risco de danos psicológicos e físicos/cirúrgicos para
jovens e ignora completamente a literatura médica e psicológica sobre os
factores de risco grave associados à criação de um ambiente favorável a que
jovens se identifiquem com um sexo diferente daquele que é determinado
biologicamente por cada célula do seu corpo.
A Administração Trump devia recuar destes artigos de fé
politicamente correctos da administração anterior e examinar cuidadosamente,
através do estabelecimento de um grupo de uma comissão presidencial, caso seja
necessário, a ciência médica e psicológica associada com as tentativas de
ajudar os jovens a lidar com atracções transexuais.
Os membros desta comissão poderiam incluir o Dr. Lawrence
Mayer, professor de estatística e bio-estatística na Arizona State University,
que se assume como um liberal e apoiante dos direitos LGBTQ e o Dr. Paul
McHugh, que foi psiquiatra chefe da Universidade John Hopkins entre 1975 e
2001.
O artigo destes dois cientistas de 2016, «Sexuality
and Gender: Findings from the Biological, Psychological and Social Sciences»,
é uma revisão exaustiva da literatura científica sobre identidade de género e
orientação sexual, no qual examinaram mais de 500 artigos científicos. Ambos os
médicos concordam que nem a orientação sexual nem a identidade de género é
inata ou imutável (ou seja, ninguém nasce homossexual nem transgénero, ambos
são fluidos). Mais, nem um nem outro encontrou qualquer prova de que se devia
encorajar as crianças a identificarem-se como transgénero.
O Dr. Paul Hruz, um endocrinologista e professor
associado de biologia celular e fisiologia na Washington University School of
Medicine, de St. Louis, liderou um estudo de investigação chamado «Growing
Pains: Problems With Puberty Suppression in Treating Gender Dysphoria»
que levanta sérias questões sobre a forma como se tratam actualmente as
crianças que padecem de disforia de género.
Esse relatório afirma que:
«Particularmente importante é o tratamento de crianças
com disforia de género. Jovens com disforia de género constituem um grupo
particularmente vulnerável e sofrem de altas taxas de depressão, automutilação
e até suicídio. Acresce que as crianças não são ainda inteiramente capazes de
compreender o que significa ser-se homem ou mulher. A maioria das crianças com
problemas de identidade de género acabam eventualmente por aceitar o género
associado ao seu sexo e deixam de se identificar com o sexo oposto.»
O artigo diz ainda que «à luz das muitas
incertezas e do desconhecimento existente, seria apropriado descrever como
experimental a utilização de tratamentos para bloquear a puberdade em crianças
com disforia de género». Este novo tratamento tem sido oferecido a jovens sem
as habituais salvaguardas que acompanham as terapias experimentais, tais como
testes clínicos cuidadosamente controlados e estudos de seguimento a longo
prazo.
O Dr. Kenneth Zucker, autor e psicólogo clínico, é outro
académico importante e reconhecido internacionalmente no campo da disforia de
género que seria um membro valioso de uma comissão presidencial sobre a forma
mais apropriada de tratar estes jovens em termos médicos. Há trinta anos que
ele trabalha neste campo e tem escrito uma quantidade enorme de artigos em
revistas académicas sobre as origens e o tratamento dos muitos conflitos
psicológicos em pais e jovens que dão aso a atracções transgénero. É co-autor
do livro «Gender
Identity Disorder in Children».
Os artigos do Dr. Zucker descrevem a forma como ele
ajudou muitos jovens a aceitar a sua masculinidade ou feminidade biológica. O
seu grupo só recomenda intervenções médicas quando a psicoterapia não funciona.
Um recente documentário da BBC «Transgender
Kids: Who Knows Best?» apresenta o seu trabalho e a controvérsia que
actualmente rodeia as abordagens a jovens com atracções transexuais.
Os jovens e os seus pais têm direito ao consentimento
informado sobre a atracção transexual, incluindo as opções de tratamento
disponíveis, o facto de haver remissão na maioria dos casos e os riscos
psicológicos e médicos graves associados ao uso experimental de hormonas e à
cirurgia transexual.
Dois dos estudos mais importantes que devem ser
discutidos dizem respeito aos efeitos da cirurgia transexual. Um estudo de 2015
determinou que num grupo de 180 adolescentes transexuais (106 mulher-para-homem
e 74 homem-para-mulher) o risco de desordens psiquiátricas, incluindo
depressão, ansiedade, ideias suicidas, tentativas de suicídio, automutilação
sem intenções letais e tratamentos por saúde mental tanto em internato como em
ambulatório era duas ou três vezes superior do que no grupo de controlo
(Reisner, S.L., et al., 2015).
O maior estudo sobre transexuais pós-operatórios foi uma
análise de mais de 300 pessoas na Suécia, ao longo dos últimos 30 anos. O
estudo demonstra que depois de operações de mudança de sexo as pessoas incorrem
em riscos de mortalidade, comportamento suicida e morbidade psiquiátrica
consideravelmente superiores à população em geral (Dheine, C., et al. 2011).
Se o filho do Donald Trump lhe dissesse que se sentia uma
mulher presa no corpo de um homem, o Presidente certamente quereria que ele
tivesse conhecimento de todos os dados científicos associados a estas atracções
emocionais e pensamentos confusos e ilusórios. E certamente não quereria que os
professores e conselheiros seguissem as orientações do Departamento de Educação
que promovem esses pensamentos ilusórios e sugerem tratá-lo por ela.
É urgente a criação de uma comissão presidencial que aborde esta pressão altamente politizada para se aceitar a agenda transgénero, para melhor proteger os jovens, as famílias e a cultura. Entretanto estas orientações draconianas que ignoram totalmente a ciência psicológica e colocam os jovens em risco deviam ser imediatamente revogadas.
É urgente a criação de uma comissão presidencial que aborde esta pressão altamente politizada para se aceitar a agenda transgénero, para melhor proteger os jovens, as famílias e a cultura. Entretanto estas orientações draconianas que ignoram totalmente a ciência psicológica e colocam os jovens em risco deviam ser imediatamente revogadas.