segunda-feira, 19 de setembro de 2016


As perseguições mafiosas

ao juiz Carlos Alexandre


António José Vilela e Fernando EstevesSábado, 26 de Março de 2015


O juiz de instrução Carlos Alexandre não tem tido uma vida fácil. Nos últimos 10 anos, já o ameaçaram, invadiram-lhe a casa, tentaram atropelar-lhe a mulher e agora envenenaram-lhe o cão.

O animal de nome Bart, que lhe tinha sido oferecido pelo procurador João de Melo, morreu envenenado com remédio dos ratos. Durante semanas, o cão agonizou e acabou por morrer na semana passada. Suspeita-se que alguém tenha atirado para o quintal da casa do juiz um alimento misturado com veneno para ratos.

Estes casos já não são estranhos para o magistrado judicial que há mais de 10 anos lida com os processos mais complexos relacionados com criminalidade violenta e económico financeira. Quando estava colocado na Polícia Judiciária Militar, Carlos Alexandre chegou a ser ameaçado e temeu até ser agredido dentro das instalações daquela força policial que dependia hierarquicamente do ministro da Defesa Nacional. Na altura, Paulo Portas era o titular do cargo e o juiz tinha ordenado que o seu chefe de gabinete fosse colocado sob escuta por causa de um alegado negócio de compra de material militar.

Mais tarde, já colocado no Tribunal Central de Instrução Criminal,  invadiram-lhe a residência e deixaram-lhe uma velha pistola à vista que estava guardada numa gaveta. O juiz achou que se tratava de um aviso. Apesar de ter segurança 24 horas por dia, outros dois acontecimentos viriam a deixá-lo bastante preocupado, sobretudo porque em causa esteve a mulher Felisbela, que terá sido objecto de duas tentativas de atropelamento quando passava numa passadeira para peões.

Agora foi a vez do cão da família.





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