sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aumenta o número de adolescentes
que fazem sexting

Paula Cosme Pinto, Expresso


São muitas as fotos e os vídeos com teor erótico e sexual que circulam nos telemóveis e emails. Sexting foi o nome arranjado para esta partilha de conteúdos, que cada vez mais cresce entre os adolescentes sem que estes se apercebam dos perigos inerentes à exposição da sua intimidade.

«Autoridades públicas, legisladores e educadores enfrentam um aumento do número de jovens que se autoretratam durante as relações sexuais e ainda uma minoria que grava essas imagens e depois as divulga, tanto pelo telemóvel como pela Internet», avisa o Centro de Investigação de Crimes Contra Menores da Universidade de New Hampshire, que acaba de publicar os resultados do primeiro estudo nacional dos EUA sobre o sexting.

Em causa fica a possibilidade destes conteúdos chegarem às mãos de gente desconhecida, rompendo a privacidade dos adolescentes e deixando-os vulneráveis a perseguições e chantagens, explicam os especialistas.

Raparigas são quem mais se deixa fotografar

O estudo, publicado na revista «Pediatrics», contemplou um universo de mais de 1500 adolescentes, com idades entre os 10 e os 17 anos. Além de todo um questionário generalista, havia cinco questões relacionadas com o sexting: «Alguma vez te enviaram fotos e vídeos de menores de 18 anos nus, ou semi-nus? Já reenviaste alguma imagem de um menor? Já foste fotografado sem roupa? Alguém te fotografou? Alguma vez tiraste uma foto de menores nus?»

Cerca de 10% dos inquiridos reconheceram ter fotos suas sem roupa, terem contribuído para a sua realização e também terem recebido fotos de outros menores, no último ano. Pelo menos 39 adolescentes disseram ter-se fotografado a si próprios nus e enviado as imagens. Na sua maioria, raparigas com 16 e 17 anos.

De acordo com os investigadores, entre os argumentos dados pelos adolescentes a curiosidade surge no topo. «Não tinha namorado e sentia curiosidade de saber o que outras pessoas achariam do meu corpo", explicou uma das adolescentes. Contudo, "a maioria reconhece que o fez como parte de uma relação amorosa».

A investigação concluiu ainda que 30% dos inquiridos tirou ou enviou fotos suas sem roupa sob o efeito de drogas e álcool.


Fotos e vídeos de adolescentes nus ou durante as relações sexuais circulam cada vez mais por telemóvel e email, violando a sua privacidade. Mas muitas vezes são eles os próprios autores das imagens.

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