Agostino Nobile
O objectivo é educar as crianças de acordo com as
leis decididas por alguns legisladores, os quais definem o que é o bem e o que
é o mal, segundo o seu critério.
No início do ano lectivo de 2013-2014, o ministro
francês da Educação, Vincent Peillon, decidiu exibir em todas as escolas uma
notícia de duas páginas, dividida em dezassete pontos e dois capítulos que
declaram: «La République est laïque» e «L'école est
laïque». O que é que isso significa? O ministro Peillon apresentando o seu
livro La Révolution française n'est pas terminée (Le Seuil,
Paris 2008) afirmou que «nunca podemos construir um país livre com a
religião católica». O ministro da Educação, em absoluta harmonia com o
presidente Hollande, esclarece o seu pensamento: «não se pode fazer uma
revolução só no sentido material, deve ser feita no espírito. Até hoje fizemos
a revolução essencialmente política, mas não aquela dita moral e espiritual.
Assim, temos deixado a moral e a espiritualidade entregues à Igreja Católica.
Devemos substituí-los, (...), é preciso inventar
uma religião republicana e essa nova religião é o secularismo».
O melhor lugar para realizar esta transformação é a escola, e Peillon confirma: «A
revolução implica estabelecer o esquecimento de tudo o que antecedeu a nova
revolução. Então a escola passa a ter um papel importante, porque a escola deve
fazer com que a criança corte todas as suas ligações pré-republicanas para
ensiná-la a ser um verdadeiro cidadão. É como um novo nascimento, uma
transubstanciação para trabalhar na escola e para a escola. Precisamos de uma
nova igreja com os seus novos ministros, a sua nova liturgia e as suas novas
Tábuas da Lei».
Na prática, os pais não têm quaisquer direitos na
educação moral da criança e, aqueles que se opuserem serão perseguidos pela
lei. O objectivo é educar as crianças de acordo com as leis decididas por
alguns legisladores, os quais definem o que é o bem e o que é o mal, segundo o
seu critério. De que maneira se aplicam essas novas leis? Peillon, no rescaldo
da aprovação do casamento gay, mandou que todas as escolas
recebessem uma circular ministerial com uma ordem clara e urgente para educar
os seus alunos a aceitar a igualdade de género, na luta contra a homofobia.
Como resultado, o snuipp, o sindicato principal dos professores,
promoveu livros com títulos sugestivos, como por exemplo: «Jean a deux mamans»
(O João tem duas mães), ou «Tango a deux papas» (Tango tem dois papás), ou
«Papa porte une robe» (O papá usa um vestido). Pergunta-se: afinal o que é que se
pretende?
Esta imposição
institucional é promulgada tendo em vista a realização plena dos direitos dos
homossexuais, ou é, como parece evidente, a favor da «homossexualização das
crianças»? Semanários como Le Point e Le Nouvelle
Observateur, durante anos, descreveram como funciona a política francesa, e
parece óbvio que a Maçonaria francesa representa um dos poderes que influenciam
fortemente os candidatos a cargos políticos. Quem quiser subir nas fileiras da
política deve antes vergar-se obedientemente diante do poder dos pedreiros
livres, ou seja, dos mações. Segundo os dois semanários franceses o «Grande
manipulador das consciências» intervém sempre com muito peso, não só em termos
económicos, mas acima de tudo, sobre os princípios, valores, mentalidade e
cultura, numa palavra, sobre os costumes e tradições dos franceses.
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