quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Estudo revela que anticoncepcionais
aumentam o risco de cancro da mama
Um estudo realizado por médicos da Índia assinala que as mulheres que usam regularmente anticoncepcionais estão a correr dez vezes mais o risco de desenvolver cancro da mama do que as que não fazem uso deste medicamento.
Em declarações ao jornal Times of India, o Dr. Umesh Kapil, professor na unidade de nutrição de saúde pública do All India Institute of Medical Sciences, salientou que a pesquisa revelou que entre as mulheres que sofrem de cancro da mama, 11.9% fizeram uso prolongado de anticoncepcionais.
O estudo, publicado no Indian Journal of Cancer, incluiu 640 mulheres, 320 das quais eram doentes de cancro da mama. Os investigadores encontraram risco de cancro da mama de 950% – 9.5 vezes mais alto – entre as mulheres com um currículo de uso repetitivo de anticoncepcionais orais.
O Dr. Kapil disse que o cancro da mama é causado por uma repetida exposição de células do seio a hormónios dos ovários. O estrogénio e a progesterona das pílulas anticoncepcionais pode incrementar este risco mediante desequilíbrios hormonais.
O chefe do Bhim Raspo Ambedkar Institute Rotary Cancer Hospital, o Dr. G. K. Rath, referiu que embora a relação entre o uso de anticoncepcionais e a incidência do cancro da mama ser desconhecida, «há bastantes evidências que mostram que o desequilíbrio hormonal causado por estas (as pílulas anticoncepcionais) aumenta o risco da doença».
O Dr. Rath assinalou que outros factores importantes da incidência do cancro da mama incluem a menstruação precoce, o matrimónio, o parto tardio e os abortos.
Por outro lado, o Dr. Ajeet Singh Bhadoria, co-autor do estudo, indicou que estes dados poderiam também ser relevantes sobre o uso da pílula abortiva do dia seguinte, que contem uma dose ainda mais alta destes hormónios.
«É um dever adquirir consciência sobre os efeitos secundários do seu uso a longo prazo», sublinhou.
Alguns anticoncepcionais estão classificados como carcinogénicos (que causam cancro) pela Organização Mundial da Saúde, e o seu uso pode aumentar o risco de cancro do colo do útero e do fígado.
Outros estudos em diferentes centros de pesquisa também indicaram que a pílula anticoncepcional pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos mortais e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
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