Cada vez tem havido mais
casos vindos a público de roubos violentos, por parte do estado, de filhos a
seus pais. Os tribunais conluiados com assistentes sociais arrogam-se o direito
a um poder absoluto contra a família determinando se podem ou não ter filhos, e
impondo ameaçadoramente o que têm que fazer para os evitar. Isto, tanto quanto
sei, começou com o então chamado «rendimento mínimo garantido», o qual exigia
que quem dele quisesse usufruir fosse obrigado ao uso contínuo da contracepção,
mesmo a abortiva precoce. Esta brutalidade totalitária não incomodou os altos
prelados que se desfizeram em elogios à introdução daquele sem atender a este
monstruoso «detalhe».
Ontem foi noticiado
por um semanário o mais clamoroso dos casos conhecidos. A coisa é medonha. Um
juiz determinou a esterilização permanente de uma mãe em virtude da pobreza em
que vivia com os filhos. Como ela felizmente, e ajuizadamente, não o fez e se
atreveu a procriar mais, o tribunal determinou, para gáudio das assistentes
sociais, que lhe fossem extorquidos sete dos dez filhos, deixando-a só com os
mais velhos. A ferocidade controladora e predadora do estado, em nome do
bem-estar material, da higiene e da pontualidade escolar, ignora friamente os
vínculos familiares, os laços de amor filiais, maternos, paternos e fraternos,
e em vez de colaborar com a sociedade civil e com as Instituições de
solidariedade para melhorar as condições de vida desta sociedade natural,
anterior ao estado, entretém-se sadicamente a escaqueirá-la. Por este andar
tardará muito até assistirmos impávidos e serenos, como temos estado ao longo
destes anos, a decisões judiciais que imponham aos pobres o aborto forçado?
Aliás, se esta mãe tivesse abortado os sete filhos não a espoliariam de nenhum
dos que restassem nem padeceria controlos das assistentes sociais nem poria o
pé em qualquer tribunal. Seria, pelo contrário, apontada como uma progenitora
responsável, inteiramente capaz de cuidar da família, enfim uma mulher
exemplar. Esta mentalidade inoculada sistematicamente ao longo das últimas
décadas pela APF, prodigamente
protegida e subsidiada por todos os governos, continua coadjuvada pela
introdução da ideologia do género (ver
os dois primeiros parágrafos deste discurso de Bento XVI e a entrada ideologia
do género no blogue Logos), desde 1995, a sê-lo maciçamente com a
cooperação activa dos mesmos políticos germinados nesse caldo infeccioso e
pestilento em que se transformaram os partidos que têm estado nos governos.
Baste para exemplo o
encontro, no próximo 13 de Fevereiro, organizado e promovido pelo ministério
dos negócios estrangeiros.
Eduardo Pinto da Silva
(Divisão de Direitos Humanos – Human Rights Division – SPM – DGPE – Ministério dos
Negócios Estrangeiros – Directorate-General for External Policy – Ministry of
Foreign Affairs) numa mensagem e enviada para uma extensa lista de
representantes e associações da sociedade civil escreve: «Tenho a honra de
informar V. Exas que a Comissão Nacional para os Direitos Humanos (CNDH) se
reunirá em formato alargado a representantes da sociedade civil no próximo dia
13 de fevereiro, às 9 horas e 30 minutos, no Auditório do Instituto de Defesa
Nacional (Calçada das Necessidades, nº 5, Lisboa) … Na qualidade de Presidente
da Comissão Nacional para os Direitos Humanos, o Senhor Secretário de Estado
Adjunto e dos Assuntos Europeus fará a abertura da reunião e dirigirá os
respetivos trabalhos (ordem de trabalhos em anexo)».
O anexo da «comissão
nacional para os direitos humanos» apresenta na sua ordem de trabalhos, entre
mais uma ou duas coisas o seguinte:
«Igualdade de Género –
Esclarecimento de Conceitos» – Apresentação pela Presidente da Direção da
Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, Dra. MªTeresa Féria de Almeida.
«Globalização: Porquê a
necessidade de sensibilizar para a Igualdade de Género?» – Apresentação pela
Presidente da Delegação de Matosinhos da Cruz Vermelha Portuguesa, Dra. Joana
Salinas.
Não resta pois dúvida
alguma de que o estado português dominado pela agenda «gay», «lgbt», etc., em
nome dos direitos humanos, «catequisa» a sociedade civil com estas nefandas
ideologias que têm o propósito de acabar com os mesmos, invertendo-os, de modo
a que o seu poder tentacular se vá fortalecendo, ainda mais, até ao ponto de
estabelecer o seu totalitarismo intrinsecamente perverso, que perseguirá implacável
e desalmadamente os cristãos e todas as demais pessoas que queiram viver de
acordo com a recta razão.
Para
concluir volto ao princípio do texto somente para dizer que, se dependesse de
mim, aquela mãe que, não obstante a pobreza, tem um amor maior que todas as
riquezas, seria condecorada com o mais alto galardão nacional como exemplo de
generosidade em tempos de tanto egoísmo, como modelo do maior contributo que se
pode dar para o futuro deste país que se encontra em estado adiantado de
suicídio demográfico.
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