sábado, 3 de março de 2012

Brasil: Homossexuais aliciam meninos
para virar transexuais em São Paulo


Tráfico de adolescentes para prostituição homossexual começa nas redes da Internet


Magro, cabelos compridos, calção curto. M., 16 anos, abre o sorriso leve e ingénuo dos adolescentes quando perguntado se pode dar entrevista. O relógio marca 1h de sexta-feira. «M» é um garoto e está na calçada, numa das travessas da Avenida Indianópolis, conhecido ponto de prostituição de travestis e transexuais, escancarado em meio a casas de alto padrão do Planalto Paulista, na Zona Sul de São Paulo. A poucos passos, mais perto da esquina, está «K», também de 16 anos.

«M» e «K» são a ponta do novelo que transformou São Paulo num centro de tráfico de adolescentes nos últimos cinco anos. Meninos a partir de 14 anos são aliciados no Ceará, no Rio Grande do Norte e no Piauí e, aos poucos, são transformados em mulheres para se prostituírem nas ruas de São Paulo e em países da Europa. Misturados a travestis maiores de idade, eles são distribuídos em três pontos tradicionais de prostituição transexual em São Paulo: além da Indianópolis, são encaminhados para a região da Avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, e Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista.

O primeiro contacto é feito por meio de redes de relacionamento na internet. Uma simples busca por «casas de cafetina» leva os garotos a perfis de aliciadores homossexuais. Após o primeiro contacto, pedem que o adolescente encaminhe uma foto por e-mail, para que seja avaliado. Se for considerado interessante e «feminino», eles têm a passagem paga pelos aliciadores. Ao chegar a São Paulo, passam a morar em repúblicas de transexuais e a serem transformados. Recebem inicialmente megahair e hormónicos femininos. Quando começam a facturar mais com os programas nas ruas, vem a oferta de prótese de silicone nos seios. Os escolhidos para ir à Europa chegam a ser «transformados» em tempo recorde, apenas cinco meses, para não perder a temporada na zona do euro.

É fácil identificar os adolescentes recém-chegados. Além do corpo típico da idade, eles têm seios pequenos, produzidos por injecção de hormónios, e megahair. Testados inicialmente na periferia, os meninos são distribuídos nos pontos de prostituição de acordo com a aparência.

Os considerados mais bonitos recebem investimento mais alto e vão trabalhar na área nobre da cidade. Na Avenida Indianópolis, recebem R$ 70 por um programa no drive in e R$ 100 se o programa for em motel. Nos outros dois endereços, o valor é bem mais baixo: entre R$ 30 e R$ 50 no drive in e R$ 70 a R$ 80 em motel.

Menores evitam ruas principais

Não faltam interessados. A partir de 17h, homens homossexuais na faixa de 30 a 50 anos aproveitam o fim do expediente para, antes de seguir para casa, fazer programas rápidos com os transexuais na Indianópolis. Um furgão preto, com insulfilme, faz o transporte de vários transexuais. Mas, nesse horário de maior movimento, dificilmente os menores ficam à vista nas calçadas.

Por existirem há décadas, os pontos de prostituição de travestis são vistos com naturalidade pelos moradores de São Paulo, principalmente agora com leis «anti-homofobia» que punem a crítica ao homossexualismo. Se antes se podia criticar, agora nem isso. Afinal, o homossexualismo em São Paulo está sob a protecção do PSDB e parece que a prostituição homossexual está incluída nessa protecção.

Em geral, os transexuais adolescentes ficam nas travessas, atrás dos grupos de maiores de idade, que ficam quase nus e são extremamente imorais. Os dois grupos convivem bem com a vizinhança, excepto pelo constrangimento proporcionado pelos mais velhos (acima de 25 anos) sem roupa ou exibindo abertamente partes íntimas ou siliconadas.

Os adolescentes são mais discretos, menos siliconados e «montados». Os implantes de silicone nos seios são menores, num apelo direccionado aos pedófilos. Eles usam saias e calções curtinhos, como «M» e «K», e podem muitas vezes ser confundidos com meninas.

Como na Indianópolis prostitutas e travestis dividem espaço, clientes são surpreendidos pela nova leva de jovens vindos de outros estados, de aparência cada vez menos óbvia.

«Y», 19 anos, é um dos transexuais que fazem aumentar a confusão. Aos 15, foi levado a São Paulo pela rede homossexual de prostituição e pedofilia.

- A cafetina viu que eu era feminina e que ganharia muito dinheiro. A minha mãe assinou autorização para eu viajar, e vim de avião. Ficou preocupada, como toda mãe, mas deixou — conta.

Inicialmente, foi levado a trabalhar na Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista. Pagava R$ 20 pela diária na república, sem almoço.

- Quem não tivesse os R$ 20 tinha de voltar para a rua, não entrava enquanto não conseguisse — diz ele.

Mesmo sem ter sido transformado, já chamava atenção. Logo começou a facturar R$ 250 por dia. Aos 16 anos, recebeu «financiamento» para colocar prótese de silicone no seio. O implante foi feito por cirurgião plástico. Custou R$ 4 mil, mas «Y» teve de pagar R$ 8 mil à cafetina, pois não tinha dinheiro para quitar à vista.

«Y» diz que aceitou porque queria ficar feminina logo. Neste mercado, os seios são vistos como principal atributo. Quanto mais aparência de mulher, mais os clientes pagam. Agora, o jovem mora sozinho num apartamento e paga o seu aluguer. Diz que divide o espaço da avenida tranquilamente e já não deve nada a ninguém. Faz entre seis e 10 programas de prostituição por noite, afirma, enquanto lança olhares às dezenas de carros que passam rente à calçada, aguarda possivelmente um cliente homossexual.

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