Pode parecer controverso, mas aconteceu na Holanda. Uma idosa de 74 anos, portadora de demência, manifestou o desejo de morrer «quando chegasse a altura». Mas disse não querer morrer quando lhe aplicaram a injecção letal. Teria a idosa mudado de opinião? É a questão que se impõe.
Mundo ao minuto, Holanda, 29 de Setembro de 2017
O médico que realizou a eutanásia numa mulher de 74 anos pediu à família que a senhora idosa, portadora de uma demência, fosse abraçada enquanto lutava «desesperadamente» para não ser morta, indica o jornal britânico Mirror.
Só por si, o facto de a mulher lutar contra a morte indica que esta não estaria de acordo com o acto que pôs fim à sua vida. E, por isso, o Ministério Público holandês decidiu investigar o caso, considerando que há suspeitas suficientes de que o médico quebrou as leis de eutanásia do país.
Este é, aliás, o primeiro caso a ser investigado nos Países Baixos desde que foi introduzida no ordenamento jurídico a lei da eutanásia, há 17 anos.
Este caso, divulgado pela primeira vez em Janeiro deste ano, causou indignação generalizada nos Países Baixos e em todo o mundo, lançando o debate sobre o facto de os portadores de demência terem, ou não, capacidade para manifestarem a sua opinião sobre um acto que põe fim às suas vidas.
A idosa, de 74 anos, tinha demência e anteriormente tinha manifestado o desejo de terminar com a própria vida «quando chegasse a altura certa».
A sua situação clínica foi piorando dia após dia e os relatórios médicos mostravam que a mulher evidenciava sinais de medo e de raiva durante a noite.
O médico responsável pela casa de repouso defendeu que a idosa já estava «num sofrimento horrível». No entanto, «ela não estava em posição de confirmar se estaria na altura certa para dar seguimento à eutanásia».
Durante a aplicação da injecção letal, a paciente terá dito repetidamente «não quero morrer».
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