quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Natal — 2015
É Natal! Já chove e faz muito frio
nos lugares nevados das serras beirãs,
nos agrestes campos que, de sol vazio,
branqueiam geados nas frias manhãs…
Lisboa, que acorda no seu burburinho
de fins-de-semana em compras banais,
recolhe o Natal, em cada cantinho,
com presentes novos, quase sempre iguais…
Já corre, nas ruas a chuva, em regatos,
a chuva que molha um corpo estendido
no nicho dum prédio, em becos pacatos,
um corpo qualquer, qualquer sem-abrigo…
Natal é NATAL, é quadra de amor,
do ser solidário, de justiça e esperança…
É Natal, p’lo tempo! Nasceu o Senhor,
o Menino-Deus, como uma criança…
Procuro na luz dos justos, a fé,
nos sonhos da vida, um dia maior,
na força do crer, em cada maré,
na humanidade, um mundo melhor…
Cada ano traz um Natal diferente
às montras das lojas em sítios iguais,
mas p’ra cada irmão, cada ser vivente,
nascerá Jesus em outros natais?...
Maria de Fátima Mendonça, Dezembro de 2015
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