segunda-feira, 22 de junho de 2015


Patrícia Lança sobre mulheres na tropa


Heduíno Gomes

A Patrícia Lança, falecida o ano passado, era luso-britânica e serviu, durante a II Grande Guerra, como sargento, no exército britânico. Estava num serviço de apoio ao Estado-Maior, e portanto na retaguarda.

Ela e o marido, Carlos Lança, foram activos militantes comunistas, tendo estado em Praga nos serviços de propaganda. Cortaram com a União Soviética em 1956, quando da invasão da Polónia e da Hungria. O seu corte com o marxismo teve lugar já no princípio dos anos 70. Entretanto, haviam residido em Argel, onde constaram entre as vítimas do bando de Argel, que integrava o «democrata» Manuel Alegre, então trauliteiro do PCP.

Depois do 25A, deu o nome para as listas do PSD... e acabou por ser eleita deputada durante 4 anos na enxurrada do cavaquismo. Sempre se distanciou do cavaquismo e das taras dos e das cavaquistas, nomeadamente do feminismo das senhoritas da organização de fachada «Mulheres Social-Democratas» e dos mansos oportunistas que lhes aparam as «igualdades» e as «quotas» para mulheres.

Publicou no Diabo muitos artigos, nomeadamente contra o feminismo, um dos quais com o sugestivo título /Deverá a Mãe-Natureza Mudar de Sexo?\.

Uma vez, em conversa sobre as mulheres nas Forças Armadas, diz-me ela: — Ó Heduíno, já pensaste se uma mulher está na frente da batalha e precisa de fazer chichi?

Era a opinião de uma mulher com provas dadas, uma mulher não-bibelot...

Patrícia Lança, sargento, em 1943, e em 2003.





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