sexta-feira, 17 de abril de 2015
Problemas físicos da pílula contraceptiva
Uma pró-escolha que defende os métodos naturais
Howard Kainz
(Extractos)
Na introdução ao seu livro «Sweetening the Pill» [Dourar a Pílula], Holly Grigg-Spall deixa claro que é pró-aborto, em termos políticos, e não tem qualquer objecção aos vários métodos de contraceptivos de barreira – como preservativos, diafragmas, espermicidas etc. Todavia, encabeça um movimento contra a pílula contraceptiva e seus derivados (Injecções Depo-Provera, Implantes Nexplanon, anéis vaginais NuvaRing, o DIU hormonal Mirena, etc.) e fá-lo não só com o seu livro, mas com o seu site, entrevistas e um documentário que deve estrear em 2016.
Qual será a sua razão para contrariar assim, de forma tão evidente, a doutrina da Planned Parenthood, da Fundação Bill e Melinda Gates, agências americanas e da ONU e outros que promovem as mais modernas tecnologias de contracepção em todo o mundo?
Ela menciona os riscos para a integridade física, raramente abordados pelos principais meios de comunicação – o facto de a pílula contraceptiva aumentar significativamente o risco de doença cardíaca e de cancro cervical, do peito e do fígado; o facto de os contraceptivos orais serem classificados pela Organização Mundial da Saúde como cancerígenos de classe 1, a par do tabaco e do amianto; que a injecção Depo-Provera vem com um aviso de que é prejudicial para a saúde óssea de adolescentes, e por aí fora.
Mas a sua principal preocupação tem a ver com os efeitos mentais e emocionais da pílula. Cita um estudo de 1998 da universidade da Carolina do Norte, um estudo de 2001 do Kinsey Institute, outro da universidade Monash, de 2005 e um de 2008 da universidade Lakehead que mostram, todas, um impacto negativo dos contraceptivos hormonais sobre o bem-estar emocional.
As pílulas contraceptivas são usadas como tratamento alternativo para problemas físicos como hemorragias fortes, períodos irregulares, dores menstruais, endometriose e síndrome do ovário policístico. Mas, pergunta, porque é que mulheres perfeitamente saudáveis hão-de começar a tomar medicamentos, muitas vezes desde a adolescência até à menopausa, que tem inúmeros efeitos secundários – para a tiróide, adrenalina, glicose no sangue, níveis de testosterona, etc?
Basicamente, a pílula funciona recorrendo a hormonas artificiais para colocar mulheres férteis num estado em que acabarão por nunca ovular (apesar das hemorragias de privação que acompanham muitos medicamentos) e que por isso serão sujeitas às alterações fisiológicas comuns às mulheres em menopausa – infertilidade, risco acrescido de AVC e cancro da mama, resistência à insulina, imunossupressão e decréscimo da libido, etc.
Por outras palavras, estamos a assistir a um fenómeno estranho em que vemos as mulheres a serem cuidadosas com o que comem, com o exercício, vida saudável e a optarem frequentemente por um estilo de vida «natural» – mas que de resto escolhem tomar comprimidos que utilizam hormonas para impedir toda a forma de menstruação, contribuindo para a contaminação das águas e desregulando a sua própria fisiologia.
A motivação invocada para suportar tudo isto é, claro, o medo da gravidez. Holly Grigg-Spall, que usou contraceptivos hormonais desde a adolescência quase até aos 30, descreve da seguinte forma a sua experiência: enxaquecas, hemorragias e náuseas constantes e mudanças frequentes de receitas, mas nunca quis parar porque: «Estava aterrorizada pela ideia de engravidar».
As pressões nos nossos dias são enormes – pais aterrorizados com a ideia de que as suas filhas adolescentes possam vir a ser «punidas» com uma gravidez; médicos (incluindo pediatras) querendo assegurar a «saúde» das suas pacientes; uma economia moderna que precisa que as mulheres estejam disponíveis para trabalhar sem o fardo de «assuntos femininos», isto para não falar de homens que querem que as suas mulheres ou namoradas estejam constantemente disponíveis para ter relações sexuais.
Mesmo as mulheres que estão a sentir os efeitos secundários negativos da pílula hesitam em parar por causa dos aspectos «bons». As adolescentes que usam contraceptivos descobrem não só que as menstruações mais pesadas acabam, mas que a acne começa a desaparecer e o cabelo fica menos oleoso. Continuando pelos anos 20 e 30, como diz Holly Grigg-Spall: «Deixamos de ter períodos chatos, podemos ter a pele mais limpa, somos mais magras, temos peitos maiores e, supostamente, livramo-nos da TPM maçadora».
Deixar de tomar a pílula também pode resultar em sintomas de ressaca, comparáveis ao abandono de outras drogas – insónias, irritabilidade, etc. E as mulheres que querem engravidar podem descobrir que leva vários meses até começarem a ovular normalmente depois de vários anos a tomar a pílula. Mas para as mulheres que decidem que querem deixar de viver como homens, sem períodos, em menopausa perpétua (e com vários dos sintomas da menopausa), o abandono pode abrir novas vias de oportunidade.
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