Os dados estatísticos confirmam que a demografia
portuguesa caminha rapidamente para o precipício. Um país cada vez mais
envelhecido, com cada vez menos crianças e onde os jovens emigram, é um país
sem futuro, em vias de extinção.
O poder político,
submerso pelo caos da dívida e do défice, esquece-se do futuro e não sabe que a
economia não passa da temperatura da demografia. Esta bomba demográfica vai
rebentar numa crise económica ainda maior, num país de velhos sem dinheiro para
reformas e sem activos para trabalhar. É preciso inverter a tendência para
salvaguardar o futuro.
O Correio da Manhã lançou este ano uma
campanha simbólica de incentivo à natalidade nos concelhos do Interior mais
despovoados. O «Viva a Vida» é um grito de alerta. Mas é preciso mais, e o
poder político tem um papel determinante. Mas não é com subsídios que se
resolve o problema. As famílias precisam de receber fortes deduções em IRS por
cada filho. Por outro lado, a resposta social tem de ser mais eficaz, a oferta
pública de creches deve ser maior, mais flexível e mais barata para as
famílias. É preciso haver infantários que estejam abertos à noite e aos
fins-de-semana, quando milhares de mães e de pais são obrigados a trabalhar. É preciso começar hoje a
resgatar o futuro.
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